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quinta-feira, 27 de agosto de 2015

O TRÁFICO DOS ELETRÔNICOS/RESÍDUOS SÓLIDOS






O CAMINHO DO LIXO ELETRÔNICO




A rota do tráfico dos eletrônicos se amplia no mundo, inclusive no Brasil. Nos lixões mundo afora se intensifica o depósito de lixo eletrônico, podemos citar alguns locais como  Gana, China, África, Ásia, e, na América Central um navio dos EUA procura em países pobres um espaço para deposição desse material como se suas cinzas fossem fertilizantes. O conteúdo é composto por arsênico, chumbo e outras substâncias tóxicas, parte é jogada em uma praia do Haiti e outra é lançada ao mar. Agora pasmem, 353 toneladas de resíduos de televisores em contêiners são trazidos ao Porto de Navegantes em Santa Catarina. Existem dois objetivos: um, lucrar com a venda dos resíduos, o outro, descartar todo o material. 
A geração desses resíduos no mundo, no ano passado, foi de uma monta de 41,8 milhões de toneladas, mas apenas 6,5 milhões foram tratados de forma ideal, segundo estudos da Universidade das Nações Unidas (UNO).
Há falhas na fiscalização da destinação dos resíduos, a UNU estima que apenas 4/7 da população mundial esteja coberta poe leis referente ao tratamento do lixo eletrônico. 
O crime organizado tem se diversificado e investido em resíduos. Globalmente, não podemos afirmar para onde o lixo eletrônico está indo, segundo Christian Nellemann - chefe da Unidade de Resposta Rápida do Programa das Nações Unidas (PNUMA) -.  Seria surpresa se o Brasil estivesse nessa rota ilegal e internacional de eletrônicos em larga escala com a presença do crime organizado no nosso país?
Depois da Política nacional de Resíduos Sólidos em 2010, foi proibida a importação de resíduos perigosos, mas ainda assim  tenta-se burlar a Lei. Nos últimos cinco anos o IBAMA interceptou cerca de 500 toneladas de resíduos eletrônicos entrando no país ilegalmente e as cargas foram devolvidas à origem. Infelizmente as falhas na fiscalização são muitas.
Na Convenção da Basileia (1989), na Suíça, um tratado foi dedicado à comercialização de lixo tóxico entre os países, devendo cada país ser responsável pela gestão interna destes resíduos. O Brasil é signatário de Basileia, portanto  em 2011, começou a ser desenvolvido um acordo setorial específico para o lixo eletrônico, mas um empasse entre governo e empresas vem atrasando sua conclusão. Por ter um custo para tratar o lixo eletrônico, o governo deveria incentivar as empresa que tratam seus resíduos corretamente. Segundo Zilda Veloso - diretora de Ambiente Urbano do Ministério do Meio Ambiente-, há uma expectativa que esse empasse se resolva até o final do ano.
Enquanto o acordo não é concluído, o lixo eletrônico é comercializado. Desde 2010 o IBAMA autorizou mais de 14 mil  toneladas de resíduos eletrônicos para a exportação, passando esse material por catadores ou ferros velhos. Os produtos são vendidos e cinco categorias: placas eletrônicas, alumínio, ferro, plástico e fios de cobre. O destino das placas é a China. Nessa cadeia sugere-se que esse material é bastante valorizado.



Jornal O Globo, 24/08/2015, Pág. 21

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