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quinta-feira, 21 de janeiro de 2021

ASPECTOS PSICOSSOCIAIS E A TEMÁTICA AMBIENTAL SOB A ÓTICA DO CONSUMO E DA GERAÇÃO DE RESÍDUOS


 

Existem fatores de ordem psicossociológica, de acordo com Layrargues (1998), que podem impactar sobre o consumo. Nesse ínterim, busca-se mais do que nunca, a justiça social na procura para equiparar o padrão de desenvolvimento dos países pobres com os países mais abastados, o que significaria um aumento de consumo médio per capta. Exemplificando em função desses fins, o seguinte contraditório: “Mas se todos os povos adquirem as mesmas condições e estilos de vida de um cidadão norte americano, há expectativas de que o planeta não suportaria toda essa nova pressão e entraria em colapso” (LAYRARGUES, op.cit. p. 149). Portanto, segundo o autor, quais seriam as necessidades básicas de um ser humano comum a todos os povos? Estariam baseadas na diversidade cultural? Ou não? Tendo-se em vista a diversidade cultural de um povo, que pode ser menos ou mais materialista do que outros? Poderiam, assim, consumir menos? Esclarece-se para tal entendimento que o discurso de Layrargues (1998) centra-se no eixo norte-sul das Américas. Já, Murphy (2001), em relação à União Europeia, defende a ideia de que os problemas estão intimamente relacionados ao consumo e aos estilos de vida, podendo não estar relacionados aos processos de produção ineficientes ou perigosos, nas quais os conceitos da ciência social ambiental seriam descritos como uma possível solução, visto que os problemas ambientais relacionados ao consumo estariam sendo entendidos como problemas técnicos. Destarte, o enfoque sobre a geração de resíduos, mais especificamente àqueles que se denominam agrosilvopastoris, seria pertinente à nova ordem, voltada para a especificidade técnica, aliada ao comprometimento com fatores psicossociológicos, numa provocação à tentativa de elucidação dos percursos delineados pelos padrões de consumo instituídos. Demandando-se, para tanto, um olhar mais minucioso, que se debruce sobre questões diminutas, que possam alavancar possibilidades alternativas, para um panorama global, tendo como ponto de partida as particularidades locais. 

        REFERÊNCIAS

 BARBARA, L.G.A. A politização do consumo e a produtilização da natureza na comercialização de orgânicos e configuração dos ‘kits de subjetividade’ no caso dos agricultores urbanos do entorno do maciço da Pedra Branca.  2020 (Tese em Pisicossociologia de Comunidade e Ecologia Social, EICOS). Universidade Federal do rio de janeiro, RJ , 2020. 

  

 LAYRARGUES, Philippe Pomier. A cortina de fumaça: o discurso empresarial verde e a ideologia da racionalidade econômica. São Paulo: Annablume, 1998.

        MURPHY, Joseph. Da produção ao consumo: política ambiental na União Européia. In: Explorando o consumo sustentável. Oxford: Elsevier Science, 2001. p. 39-58.

 

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