Barbara Lucia Guimarães Alves é Doutora em Psicossociologia de Comunidades e Ecologia Social pelo Programa EICOS - UFRJ, Mestra em Engenharia Ambiental pela UERJ, com Especialização em Educação para Gestão Ambiental - PDBG/UERJ. Possui graduação em Licenciatura em Ciências Agrícolas pela UFRRJ e graduação em Engenharia Agronômica pela Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro Atuando nos seguintes temas: árvores, podas, aterros, consumo, gerenciamento ambiental e resíduos.
Me siga!
sábado, 18 de outubro de 2025
NATIVAS I
sexta-feira, 17 de outubro de 2025
GUARAJUBA, Bahia. PREMIADISSIMA!
A praia de Guarajuba foi a primeira praia oceânica, continental do norte e nordeste do país contemplada com a Certificação Internacional da Bandeira Azul. São 1850 m de praia certificada, sendo que a Bahia tem 1100 km de extensão marítima costeira.
A preservação ambiental do local é visível na qualidade da água do mar, nas suas restingas (as quais que são constantemente replantadas) e nos lagos.
A região abriga a Área de Proteção Ambiental Lagoas de Guarajuba, a qual se sobrepõe por outra em algumas áreas; a APA Litoral Norte da Bahia.
No litoral baiano foi identificada a "Amazônia Azul" que refere-se à vasta área marítima sob jurisdição brasileira, que se estende da costa até o limite da plataforma continental, marcada pela existência de corais, na qual Guarajuba está inclusa.
Guarajuba é uma bela praia localizada no município de Camaçari, no litoral norte da Bahia, a cerca de 42 km de Salvador e a apenas 15 km de Praia do Forte.
Características gerais
Guarajuba é conhecida por seu mar de águas claras e mornas, com trechos de mar calmo protegidos por recifes e outros com boas ondas, ideais para esportes aquáticos como surf, stand up paddle e kitesurf. É uma das praias mais organizadas e estruturadas da Linha Verde (BA-099), famosa pela limpeza e pelo ambiente familiar.
Estrutura e turismo
A região passou por um grande desenvolvimento turístico e imobiliário nas últimas décadas. Há condomínios fechados, pousadas, resorts famosíssimos, além de bares e restaurantes especializados em frutos do mar.
O calçadão à beira-mar e os quiosques padronizados tornam o lugar agradável tanto para moradores quanto para visitantes.
Ambiente e natureza
Guarajuba mantém uma atmosfera tranquila, mesmo com o crescimento turístico. É comum ver cocais, manguezais e áreas de preservação ambiental próximas, que contribuem para a beleza natural do local.
Durante a maré baixa, formam-se piscinas naturais que são um convite ao banho e ao mergulho.
Acesso
O acesso principal é pela Estrada do Coco / Linha Verde (BA-099), uma das rodovias mais belas e bem conservadas do país. A proximidade com Salvador permite bate-voltas e fins de semana prolongados, embora muitas pessoas tenham casas de veraneio por lá. Outros pontos a ressaltar é a questão da segurança ostensiva local e dispositivos como a disponibilidade de cadeira anfíbia e rampa de acesso à praia, para portadores de deficiência (PARAÍSO).
Destaques e estilo de vida
- Praia do Surf: ponto mais movimentado, com boas ondas.
- Corais
- Porto
- Paraíso,
- Genipabu, BA
- Caribinho.
- O local atrai tanto turistas nacionais quanto estrangeiros, especialmente em feriados e no verão.
Em resumo, Guarajuba combina o charme de uma vila de praia com conforto e boa infraestrutura, sendo um dos destinos mais desejados do litoral norte baiano, ainda assim, investe muito na preservação ambiental — um ponto de encontro entre natureza, lazer e qualidade de vida.
quinta-feira, 16 de outubro de 2025
POLUIÇÃO DO AR
A camada visível avermelhada que às vezes aparece no ar — especialmente sobre cidades ou áreas industriais — pode ser um indicativo de poluição atmosférica, resultante da presença de partículas e gases que interagem com a luz solar.
Vamos detalhar o fenômeno:
🌫️ O que é essa camada avermelhada?
A coloração avermelhada ou alaranjada no ar ocorre devido à dispersão da luz. Quando há uma alta concentração de partículas em suspensão (poeira, fumaça, fuligem, aerossóis e gases poluentes), elas espalham os comprimentos de onda mais curtos da luz solar (como o azul e o violeta) e deixam passar mais os comprimentos de onda longos, como o vermelho e o laranja.
Esse efeito, conhecido como dispersão de Mie (quando as partículas são grandes) ou dispersão de Rayleigh (quando são menores), é intensificado pela poluição.
🧪 Principais poluentes envolvidos
- Óxidos de nitrogênio (NO e NO₂) – gerados pela queima de combustíveis fósseis (veículos, indústrias, usinas térmicas).
- O dióxido de nitrogênio (NO₂) tem coloração marrom-avermelhada e contribui fortemente para a tonalidade visível no ar.
- Material particulado (PM₂.₅ e PM₁₀) – poeira, fuligem, cinzas e partículas finas que reduzem a visibilidade.
- Ozônio troposférico (O₃) – formado pela reação entre NOx e compostos orgânicos voláteis sob luz solar intensa.
- Compostos orgânicos voláteis (COVs) – emitidos por solventes, tintas e combustíveis.
🌇 Onde e quando ocorre com mais frequência
- Em grandes centros urbanos com trânsito intenso (como São Paulo, Cidade do México, Los Angeles, Pequim).
- Em dias secos e ensolarados, com pouco vento e inversão térmica, quando a poluição fica “presa” nas camadas mais baixas da atmosfera.
- Ao entardecer, quando a luz solar já tem um ângulo mais baixo e atravessa uma camada mais espessa da atmosfera.
⚠️ Consequências
- Problemas respiratórios e cardiovasculares (agravamento de asma, bronquite, etc.).
- Redução da visibilidade e impacto estético na paisagem.
- Danos aos ecossistemas e chuvas ácidas quando há acúmulo de gases ácidos.
- Aquecimento urbano devido à absorção de radiação solar pelas partículas.
🌱 Medidas para reduzir o problema
- Controle de emissões veiculares e industriais.
- Incentivo ao transporte público e uso de energia limpa.
- Reflorestamento e aumento de áreas verdes urbanas.
- Monitoramento da qualidade do ar por órgãos ambientais.
domingo, 12 de outubro de 2025
Economia X Sustentabilidade
Sustentabilidade
Fonte: MAY, Peter; LUSTOSA, Maria Cecília; VINHA, Valéria. Economia do meio ambiente. Elsevier Brasil, 2010.
segunda-feira, 6 de outubro de 2025
BIOINSUMOS
🌱 O que são Bioinsumos
Bioinsumos são produtos biológicos usados na agricultura para melhorar a produtividade e proteger as plantas, reduzindo o uso de produtos químicos. Eles incluem micro-organismos vivos, extratos vegetais ou compostos naturais que atuam no solo, na planta ou nos insetos.
🧬 Principais Tipos
- Biofertilizantes: aumentam a fertilidade do solo ou fornecem nutrientes às plantas (ex.: microrganismos fixadores de nitrogênio, como Rhizobium).
- Biopesticidas: controlam pragas e doenças de forma natural (ex.: fungos, bactérias, nematoides benéficos, extratos vegetais).
- Bioestimulantes: promovem crescimento e resistência das plantas a estresses (ex.: extratos de algas, aminoácidos).
🌟 Benefícios
- Ambientais: reduzem poluição do solo e água, conservam a biodiversidade.
- Econômicos: podem reduzir custos com insumos químicos.
- Agronômicos: melhoram a saúde do solo, aumentam a resistência das plantas e podem aumentar produtividade.
⚠️ Desafios
- Eficácia pode variar com clima, solo e cultura.
- Necessidade de armazenamento e aplicação corretos.
- Maior conhecimento técnico para manejo adequado.
🌍 Panorama no Brasil
O uso de bioinsumos está crescendo, especialmente em sistemas de agricultura sustentável, orgânica e integração lavoura-pecuária-floresta (ILPF). Incentivos governamentais e pesquisas da Embrapa têm impulsionado o setor.
Tabela sobre bioinsumos:
| Tipo de Bioinsumo | Exemplos | Função / Benefício |
|---|---|---|
| Biofertilizantes | Rhizobium, Azospirillum, húmus, composto orgânico | Fixam nitrogênio, fornecem nutrientes, melhoram a fertilidade do solo |
| Biopesticidas | Bacillus thuringiensis, fungos entomopatogênicos (Beauveria bassiana), nematoides benéficos, extratos de nim | Controlam pragas e doenças de forma natural, sem poluir o ambiente |
| Bioestimulantes | Extratos de algas, aminoácidos, bactérias promotoras de crescimento | Estimulam crescimento, resistência a estresses (seca, salinidade, calor), aumento da produtividade |
| Microrganismos benéficos do solo | Trichoderma, micorrizas | Melhoram a saúde do solo, aumentam absorção de nutrientes e proteção contra patógenos |
| Compostos naturais | Óleos essenciais, extratos vegetais | Ação fungicida, inseticida ou repelente de pragas |
domingo, 5 de outubro de 2025
ILPF-INTEGRAÇÃO-LAVOURA-PECUÁRIA-FLORESTA
A Integração Lavoura-Pecuária-Floresta (ILPF) é um sistema de produção sustentável que combina, em uma mesma área, atividades agrícolas, pecuárias e florestais, realizadas de forma integrada, sinérgica e planejada, com o objetivo de aumentar a produtividade e conservar os recursos naturais.
🌱 O que é a ILPF
A ILPF é um modelo que busca diversificar, intensificar e otimizar o uso da terra, alternando ou combinando:
- Lavouras (soja, milho, sorgo, feijão, etc.);
- Pecuária (criação de gado de corte ou leiteiro);
- Floresta (árvores para madeira, sombreamento, recuperação ambiental, etc.).
Esses componentes podem ser explorados em rotação, consórcio ou sucessão.
🔄 Modalidades da ILPF
- Integração Lavoura-Pecuária (ILP): alternância ou consórcio entre culturas agrícolas e pastagens.
- Integração Lavoura-Floresta (ILF): cultivo de lavouras entre linhas de árvores.
- Integração Pecuária-Floresta (IPF): pastagens com árvores que oferecem sombra e madeira.
- Integração Lavoura-Pecuária-Floresta (ILPF): combinação dos três sistemas de forma conjunta.
🌾 Principais Benefícios
- Econômicos: aumento da renda e diversificação da produção; aproveitamento integral da área o ano todo.
- Ambientais: melhoria da fertilidade do solo, redução da erosão, sequestro de carbono e recuperação de áreas degradadas.
- Sociais: geração de empregos e fixação do produtor no campo.
- Zootécnicos: conforto térmico e bem-estar animal, aumento da produtividade da pecuária.
🌍 Exemplo Prático
Um produtor planta milho e braquiária (capim) no verão. Após a colheita do milho, o capim permanece para pastejo do gado. Paralelamente, há linhas de eucalipto que fornecem madeira e sombra. Assim, a área gera:
- Grãos no verão;
- Carne/leite no outono/inverno;
- Madeira a médio e longo prazo.
🧭 Desafios
- Necessidade de planejamento técnico detalhado;
- Custo inicial mais alto para implantação;
- Demanda por conhecimento multidisciplinar (agronomia, zootecnia, silvicultura);
- Manejo complexo para equilibrar todos os componentes.
🇧🇷 No Brasil
O Brasil é referência mundial em ILPF, com apoio de instituições como a Embrapa, que promove o Programa Nacional de ILPF.
Segundo dados recentes, mais de 20 milhões de hectares já utilizam algum tipo de integração no país.
sábado, 4 de outubro de 2025
Olericultura Agrivoltaica
Olericultura sob painéis solares (agrivoltaica)
É uma área com muita aplicação prática e pesquisa ativa, especialmente interessante para aumentar a renda por hectare, reduzir estresse hídrico nas plantas e aproveitar o mesmo solo para energia e alimento. Vou resumir o que funciona, riscos e um plano prático (passo-a-passo) para começar um projeto piloto de hortaliças sob painéis. Incluo referências recentes para as partes mais importantes.
O que é e por que fazer
Agrivoltaica = instalação de módulos fotovoltaicos elevados/arranjados de modo a coexistir com cultivos abaixo. Pode melhorar eficiência da água, reduzir temperatura e evaporação e gerar receita de energia/arrendamento enquanto mantém (ou às vezes aumenta) produção agrícola. Estudos e guias técnicos recentes resumem ganhos de produtividade por área útil e benefícios microclimáticos.
Vantagens específicas para olerícolas
- Menor estresse hídrico / maior eficiência de uso da água (sombra parcial reduz evaporação).
- Proteção térmica em dias quentes — pode reduzir temperatura do dossel em graus que ajudam qualidade e longevidade das folhas/frutos.
- Risco de queimadura solar e aceleração de maturação moderados — em alguns casos a qualidade (cor, °Brix, firmeza) muda, podendo ser positiva ou negativa dependendo da cultura e do nível de sombreamento.
- Renda dupla: venda de hortaliças + geração/arrendamento de energia.
Principais desafios / riscos
- Sombreamento excessivo reduz rendimento em culturas que exigem alta radiação (ex.: tomate, pimentão) — o nível de sombreamento ideal varia por cultura e estação.
- Alteração do microclima (umidade mais alta sob painéis) pode favorecer algumas doenças fúngicas; manejo sanitário deve ser reforçado.
- Custos de instalação / logística (estruturas elevadas, acesso de tratores, poda, instalação elétrica) e possíveis requisitos regulatórios/ambientais locais.
Projetos de design — parâmetros práticos (baseados em literatura e guias)
- Altura livre do solo: recomenda-se deixar espaço suficiente para operações agrícolas — muitos projetos usam ≥ 2,5–4 m do solo ao vão dos painéis (maior altura facilita mecanização e ventilação). (valor depende da operação).
- Cobertura/fracção de sombra (shading fraction): evitar sombreamento >50% permanente para cultivos exigentes; níveis moderados (~20–40%) costumam beneficiar folhas verdes que toleram sombra. Fazer simulações de radiação e testar in loco.
- Orientação e espaçamento dos painéis: otimizar geração elétrica e permitir luz difusa — linhas de painéis espaçadas para corredores de plantio; ângulo e espaçamento devem considerar latitude e estação.
- Tipo de montagem: estruturas fixas elevadas são comuns; painéis bifaciais ou trackers podem alterar padrão de sombreamento e calor e devem ser avaliados.
- Irrigação e sensoramento: integrar sensores de solo e PAR (radiação) para ajustar irrigação — agrivoltaica costuma aumentar eficiência hídrica.
Culturas mais indicadas (resumo prático)
- Boa adequação / já testadas com sucesso: alface, espinafre, rúcula, outras folhosas; algumas ervas (manjericão, coentro) e mudas/estufas de produção.
- Cuidado / testar: tomate, pimentão, berinjela — podem ficar mais sensíveis à redução de radiação; porém estudos mostram que com sombreamento moderado a qualidade/uso de água pode melhorar (avaliar por local/estação).
- Raiz/bolbos: cenoura, beterraba — sensibilidade variável; testar em parcelas.
Plano prático (piloto) — executar agora mesmo no seu terreno
-
Escolha local: mínimo 0,5–1 ha para avaliar múltiplas variantes (pode ser menor, mas varie sombreamento). Inclua áreas de controle (solo aberto).
-
Configuração experimental (exemplo simples):
- Parcela A = campo aberto (controle)
- Parcela B = sob painéis com sombreamento leve (~20%)
- Parcela C = sob painéis com sombreamento moderado (~40%)
- Parcela D = corredor entre fileiras (maior insolação parcial)
-
Medições a coletar (mínimo):
- Produtividade por parcela (kg/m²) e área colhida;
- Qualidade (tamanho, cor, °Brix quando aplicável, vida pós-colheita);
- Microclima: temperatura do ar e do solo, umidade relativa, radiação PAR (fotômetro);
- Uso de água: volume irrigado e leituras de umidade do solo;
- Incidência de pragas/doenças e manejo fitossanitário;
- Receita e custos (energia gerada/arrendada + custo de instalação e manutenção).
(Instrumentos: sensores de solo, um par de sensores PAR, termômetros/estação meteorológica simples).
-
Calendário: por cultivo de ciclo curto (folhosas) faça pelo menos 2 safras (estações diferentes) para captar efeitos sazonais; para culturas de ciclo longo recomenda-se monitoramento anual.
-
Manejo integrado: ajuste densidade de plantio, ventilação entre linhas e calendário de irrigação. Previna doenças pela maior umidade com espaçamentos que permitam ventilação e por práticas sanitárias.
Aspectos econômicos e regulatórios
- Modelos de negócio: venda da produção + venda/arrendamento da energia (ou cooperativas/contratos PPA). Em áreas brasileiras há estudos e pilotos mostrando viabilidade, mas atenção a normas locais e licenças ambientais.
Recomendações rápidas (checklist resumido)
- Fazer um piloto controlado (ver plano acima).
- Medir PAR, temperatura, umidade e rendimento.
- Começar com folhosas (alface, rúcula, espinafre) para aprender manejo sob sombra.
- Dimensionar estrutura com altura suficiente (>2,5 m) e corredores de acesso.
- Integrar irrigação por sensores e registrar custos/receitas.
- Consultar guias de boas práticas agrisolar e legislação municipal/estadual.
sexta-feira, 3 de outubro de 2025
UFRRJ na RIO+AGRO
Na Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro, Seropédica, RJ, Brasil - foi desenvolvido um sistema inovador de sensores para medição de umidade do solo, pressão, CO2, temperatura e ph do solo.
Para utilização desses dados foi desenvolvido um outro sistema que capta a energia solar e os armazena na nuvem (Power Bank) onde ficarão disponibilizados através de um programa direcionado para consulta no celular.
GUARATIBA
Guaratiba, RIo de Janeiro, Brasil, se fez representar na RIO+AGRO (Fórum Internacional Agro Ambiental). Podemos dizer que é um pedacinho do céu na terra. É um lugar onde se encontra diversos biomas, que vão desde a magnífica restinga perpassando por florestas e mangues, entre outros. Não foi à toa que o eminente paisagista Roberto Burle Marx por lá resolveu se instalar.
O nome Guaratiba tem origem tupi.
- “Guará” = pode se referir ao guará, ave de plumagem vermelha (Eudocimus ruber), bastante encontrada em áreas de manguezal.
- “Tyba / Tiba” = em tupi significa ajuntamento, reunião, abundância.
👉 Portanto, Guaratiba significa algo como “ajuntamento de guarás” ou “lugar onde há muitos guarás”.
Essas aves eram comuns nas áreas de manguezais da região no período pré-colonial, o que explica a escolha do nome pelos povos indígenas que habitavam a região.
Aqui vão informações sobre os tipos de biomassa, vegetação e ecossistemas em Guaratiba (Zona Oeste do Rio de Janeiro), bem como sua importância ambiental.
O que há em Guaratiba: vegetação & biomassa
-
Reserva Biológica Estadual de Guaratiba (RBG)
- A RBG tem ~3.360 hectares, protegendo remanescentes de manguezal, planícies hipersalinas/apicuns, áreas úmidas e áreas em regeneração.
- Espécies vegetais típicas do mangue presentes: Rhizophora mangle, Avicennia schaueriana, Laguncularia racemosa.
- O manguezal é ecossistema de grande valor para biomassa: tanto aérea (troncos, folhas, galhos) quanto subterrânea (raízes e sedimentos) armazenam carbono.
-
Horto Florestal de Guaratiba (HFGUA)
- Esta é uma unidade de 8 hectares na Ilha de Guaratiba. Um dos seus objetivos é produzir mudas de espécies da restinga e do mangue.
- Produz mudas nativas, frutíferas, exóticas para reflorestamento e compensações ambientais.
-
Vegetação costeira, restinga, mangue, áreas alagadas
- Além do mangue denso, há presença de restinga e vegetações costeiras típicas. A interface terra‐água, sedimentos, matéria orgânica proveniente do mangue (folhas, raízes) configuram importantes frações da biomassa.
- As áreas de apicum / planícies hipersalinas também têm vegetação bastante especializada.
-
Fator sequestro de carbono
- O manguezal da RBG é apontado como um dos mais bem preservados do município. Ele retém anualmente uma quantidade significativa de dióxido de carbono (CO₂).
- A biomassa de raízes em manguezais é especialmente relevante para o estoque de carbono, nos sedimentos. Pesquisas em Guaratiba investigam esse aspecto.
Desafios e ameaças
- Degradação ambiental por extração de barro, corte de árvores, ocupações irregulares.
- Incêndios em vegetação, como ocorreu na Fazenda Modelo. Vegetação rasteira, áreas degradadas, ampliação urbana sem controle podem aumentar risco.
- Pressão urbana e expansão: Guaratiba está em uma zona de transição entre áreas ainda relativamente mais naturais e expansão urbana. Isso coloca pressão sobre as áreas de vegetação natural.
Importância da biomassa em Guaratiba
- Serviços ecossistêmicos: a biomassa vegetal (árvores, mangues, raízes) auxilia no sequestro de carbono, regulação do clima local, mitigação de ilhas de calor.
- Produtor de matéria orgânica para ecossistemas aquáticos: o mangue libera matéria orgânica que sustenta fauna marinha e estuarina.
- Proteção costeira e controle de erosão: raízes do mangue ajudam a estabilizar sedimentos, proteger contra ressacas, variação de marés.
- Biodiversidade: vegetações diversas suportam espécies de flora e fauna especializadas.
quarta-feira, 1 de outubro de 2025
Fórum Internacional RIO+AGRO
A proposta principal é aliar a agricultura à sustentabilidade. Nesse ínterim, destaca- se a segurança alimentar e hídrica e a diplomacia ambiental, como também aspectos econômicos e desenvolvimento sustentável, com o foco voltado para as emergências climáticas, energéticas, alimentar e social. O evento ainda conta com expositores de pequenos e grandes empreendimentos agrícolas. E, evidentemente, nós fomos conferir!
sábado, 27 de setembro de 2025
JARDINS DE CHUVA
🌱💧ENTENDENDO OS JARDINS DE CHUVA
São de fáceis confecções, podem ser organizados por condomínios, residências, em praças, terrenos, com participação pública ou não. São essenciais frente às mudanças climáticas. Nota-se na figura acima que o cercado no entorno da golas das árvores têm depressões que facilitam ao escoamento das águas para dentro dos canteiros. Mas também podem ser no nível dos pisos, ou simplesmente sem delimitações.
🌧️ O que são?
- Jardins de chuva são áreas rebaixadas (Para facilitar o escoamento das águas) e ajardinadas que captam a água da chuva proveniente de telhados, calçadas e ruas.
- Funcionam como sistemas naturais de drenagem, permitindo que a água infiltre no solo em vez de escoar diretamente para bueiros.
⚙️ Como funcionam
- A água da chuva é direcionada para o jardim.
- O solo especial, permeável facilitando que as camadas de drenagem filtrem poluentes.
- As plantas (preferencialmente nativas) ajudam na absorção da água e na evapotranspiração.
- O excesso de água infiltra no lençol freático ou segue para o sistema de drenagem natural com menor intensidade.
🌿 Benefícios
- Reduz alagamentos e enchentes urbanas.
- Filtra poluentes, melhorando a qualidade da água.
- Recarga de aquíferos e aumento da infiltração.
- Criação de biodiversidade urbana (habitat para insetos e aves).
- Beleza paisagística e melhoria do microclima.
⚠️ Desafios
- Necessidade de espaço adequado em áreas urbanas.
- Manutenção regular (remoção de sedimentos, cuidado com plantas).
- Requer planejamento técnico (dimensionamento do volume de água), que de acordo com a permebilidade do solo e as plantas utilizadas, não é tão difícil de confeccionar.
👉 Em resumo: os jardins de chuva são soluções baseadas na natureza para gestão sustentável das águas pluviais, que unem infraestrutura verde e paisagismo funcional.
sábado, 6 de setembro de 2025
RELAÇÃO ENTRE PAISAGISMO E MEIO AMBIENTE
Já fomos questionados sobre a escolha do título da página. Por vezes, alguns acham que deveríamos optar por um dos temas chave. Primeiramente, destacamos que a questão ambiental permeia todos os temas relacionados à vida na terra. E, como somos urbanos, no nosso caso, o paisagismo é a ferramenta para trazer a natureza para os centros de cidade e particularmente uma paixão, um instrumento de contemplação.
O paisagismo pode estar em todo o lugar, e é uma forma de inserção de espécies nativas - preferencialmente, e exóticas quando não há outras opções. Nesse âmbito gostaria de destacar o trabalho atual de dois mestres que podem servir de referência para o tema, são eles - Harri Lorenzi e Ricardo Cardim. O primeiro é mais generalista, considera a importância das espécies, trabalhando na domesticação de nativas de interesse paisagístico. Já o segundo é extremamente radical na instrução de espécies nativas e endêmicas. Cabe aqui diferenciarmos a classificação anterior - as nativas ocorrem naturalmente numa determinada região, mas podem ser encontradas em outros locais também, já uma espécie endêmica é uma espécie nativa que só existe numa área geográfica específica. Resumindo, todas as espécies endêmicas são nativas, mas nem todas as nativas são endêmicas. Nesse ínterim, não podemos deixar de mencionar a nossa referência maior e mais completa, Roberto Burle Marx, pelo legado deixado pelo mundo, através dos seus desenhos projetados para grandes áreas verdes, pelo seu enorme acervo e sua notória relevância na missão de construção de espaços de contemplação da natureza.
Figura: @papodepaisagista
sexta-feira, 5 de setembro de 2025
Aphelandra squarrosa
Características gerais
- Família: Acanthaceae
- Origem: Florestas tropicais do Brasil
- Porte: Arbusto perene, geralmente entre 30–80 cm de altura em cultivo
- Folhas: Grandes, verde-escuras, com nervuras claras em contraste
- Flores: Inflorescências em espiga, com brácteas amarelas vistosas que podem durar várias semanas; flores verdadeiras são pequenas e efêmeras
Luz e ambiente
- Prefere luz indireta intensa.
- Sol direto pode queimar as folhas; pouca luz enfraquece a planta e reduz a floração.
- Ideal em ambientes internos bem iluminados ou varandas protegidas.
- Sensível a correntes de ar frio e a variações bruscas de temperatura.
Temperatura ideal: entre 18 °C e 24 °C. Não tolera frio abaixo de 12 °C.
Umidade: gosta de alta umidade (60–70% ou mais). Em ambientes secos, usar umidificador, bandeja com água/pedrinhas ou borrifar levemente as folhas.
Solo e substrato
- Precisa de substrato rico em matéria orgânica, leve e bem drenado.
- Uma mistura ideal:
- 1 parte de terra vegetal
- 1 parte de turfa ou fibra de coco
- 1 parte de areia grossa ou perlita
pH: levemente ácido a neutro (5,5–6,5).
Rega
- Mantém-se o solo levemente úmido, sem encharcar.
- Regar quando a camada superficial do substrato começar a secar.
- Água em excesso causa apodrecimento de raízes.
- Água em falta provoca murcha rápida e queda de folhas.
Floração
- Normalmente floresce no verão e início do outono, quando bem cuidada.
- Inflorescências amarelas podem durar até 6 semanas.
- Após a floração, recomenda-se cortar a haste floral para estimular novo crescimento.
Cuidados extras
- Adubação: quinzenal na primavera e verão com adubo líquido rico em fósforo (para estimular floração) e equilibrado em nitrogênio (para manter folhas bonitas). No outono/inverno, reduzir para mensal.
- Poda: apenas para remoção de folhas velhas ou secas; pode-se pinçar as pontas para estimular maior ramificação.
- Replantio: a cada 1–2 anos, preferencialmente na primavera.
Multiplicação
- Feita por estaquia de caule com pelo menos duas folhas, em substrato úmido e protegido.
- Enraizamento costuma levar 3–4 semanas.
Problemas comuns
- Folhas amareladas: excesso de rega ou substrato encharcado.
- Folhas murchas: falta de água ou baixa umidade do ar.
- Não floresce: falta de luz, nutrientes insuficientes ou planta jovem.
- Pragas possíveis: cochonilhas, pulgões e ácaros — tratar com óleo de neem ou inseticida apropriado.
quinta-feira, 4 de setembro de 2025
Importância dos oceanos para o equilíbrio climático da Terra
sábado, 23 de agosto de 2025
FLORESTAMENTO E REFLORESTAMENTO
Pela primeira vez, em 2024, a probabilidade
de aumento da temperatura média global
excedeu
temporariamente o limite estabelecido pelo Acordo de Paris, 1,5°C.
O que falar sobre as árvores que não seja clichê? Estamos cansados de saber da importância e funções delas. Além dos cuidados que temos que ter com o mares (um capítulo à parte), a recomendação para remediação e equilíbrio dos problemas climáticos reside em plantar, cultivar e cuidar das espécies arbóreas, com atenção voltada para os
ecossistemas locais, privilegiando àquelas que são nativas, preferencialmente.
E onde plantar? Em todos os lugares possíveis e até supostamente impossíveis. Temos visto o exemplo de plantio em áreas de desertificação na África, onde fazem golas aprofundadas visando o acúmulo de águas ao redor das árvores. Nesse contexto, se evidecia também a China, outrora tida como grande poluidora, hoje florestando intensamente para remediação dos danos causados pela industrialização massiva. Ainda, generalizando, podemos destacar a importância de proteção de nascentes através da arborização das mesmas, com intuito de incremento dos mananciais e lençóis freáticos. Portanto, urge a estratégia de não se destruir as florestas, recompô-las quando necessário, criar possibilidades de ampliação de plantio de árvores. O que se recomenda no geral, aplica-se essencialmente às cidades. O mais importante é que esta tática é viável à nível econômico.
https://www.instagram.com/reel/DNO_TwCM9tS/?igsh=bHM2cDRsZ3U3d243
https://www.instagram.com/p/DNlJhX4gUtk/?igsh=MWRuY2d4NDRxZmpzMw==
sexta-feira, 22 de agosto de 2025
SECA E CALOR EXTREMO
https://www.instagram.com/reel/DNO_TwCM9tS/?igsh=bHM2cDRsZ3U3d243
terça-feira, 19 de agosto de 2025
MODOS DE REMEDIAÇÃO SOBRE AS AÇÕES CLIMÁTICAS NAS CIDADES
Dando continuidade à postagen anterior verificamos um conglomerado de prédios atualmente nas cidades, provocando inúmeras "ilhas de calor". Recomenda-se para tanto, o aproveitamento de praças e espaços viáveis em mini florestas. Assim como pode-se fazer a inserção do verde no topo de prédios, paredes e incentivo à jardinagem. E, principalmente, dar ênfase na arborização urbana.
Quanto aos alagamentos, temos que empreender na infiltração das águas. Primeiramente, admitir que não dá para continuar retilinizando os rios e que suas margens, já que não há viabilidade de formação de mata ciliar, essas devem ser providas de arborização maciça e formação de "canteiros de chuva". Esses são estruturas dotadas de mecanismos para percolacão das mesmas, que podem promover o escoamento das águas direcionando-as para os rios e lençóis freáticos. Aliás esses canteiros são bem vindos em todas as cidades - porém é um capítulo à parte.
Quanto à manta asfáltica, como já foi dito, deve-se observar estudos acadêmicos que nos remetam à permeabilidade, inclusive com utilização de materiais recicláveis, destaca-se nesse ínterim a borracha dos pneus inutilizados.
Diminuindo-se os desmatamentos e queimadas, florestando e reflorestando viabilizamos a questão de circulação dos "rios aéreos".
Quanto à liberação de gases e efluentes temos que contar também com estudos acadêmicos, fiscalização e aplicação de leis inerentes ao assunto. Estamos nos referindo à poluição de todo tipo. E muita vontade política, como em tudo revisitado por aqui.
Mas, se observarmos bem, muito do que foi relatado não são investimentos com grandes gastos a serem empreendidos. Se cada prefeitura fizesse um mapeamento do ponto de vista ambiental com foco nas mudanças climáticas, não estaríamos rumo ao caos e não comprometeríamos as futuras gerações.
segunda-feira, 18 de agosto de 2025
O CLIMA E AS CIDADES
As ilustrações acima nos remetem à importância da cobertura do solo, qualquer que seja ela.
A partir dessa concepção podemos rever os problemas causados pelas variações do clima, cada vez mais frequentes, e essa é a questão.
Muitos afirmam que tais eventos já ocorriam, sim! Porém não tanto repetidas vezes, em tão curto espaço de tempo e em todos os lugares em momentos concomitantes.
Entendido isso, podemos falar um pouco das estruturas das cidades, ressaltando-se alguns dos problemas pontuais que intensificam os efeitos climáticos.
Primeiramente destacamos as "ilhas de calor", ocasionadas pelo excesso de construções aglutinadas, por vezes, incluindo-se aí asfaltos que impermeabilizam o solo e produzem aquecimento do ar.
Essa questão está também relacionadas às enchentes, porque a infiltração das águas fica prejudicada. Contudo, outro fator de influência no processo é a retilinização dos rios, que perdem seus meandros (curvas), que por conseguinte, correm sem nenhum fator que possa reduzir a velocidade dessas águas.
Quanto à cobertura asfáltica o que pode-se fazer é retornarmos ao passado, numa época que a cobertura era feita por paralelepípedos. Ou nos remetermos ao futuro através da utilização de revestimentos permeáveis. Infelizmente, para qualquer solução em diferentes questões climáticas ficamos a mercê das intenções políticas.
Ainda há a constatação de que os "rios aéreos", que são fluxos de ar provenientes das florestas, ficam com a circulação prejudicada devido aos desmatamentos e incêndios aumenta não o nível de calor.
O aquecimento global está no âmbito dos problemas citados acima, contudo a emissão de poluentes se estende além disso. Diversas indústrias e fábricas não tratam seus resíduos, liberam gases do efeito estufa que não são tratados, portanto as emissões não são nem total ou parcialmente limpas. Nesse contexto temos que lembrar da liberação de efluentes para os rios, Igualmente sem tratamento ideal.
Elencadas algumas fragilidades das cidades, em sequência lançaremos luz sobre possíveis remediaçôes para o problemas evidenciados. Muitas delas de resoluções fáceis e até pontuais.
sábado, 16 de agosto de 2025
IMPORTÂNCIA CLIMÁTICA DOS MANGUEZAIS
Os mangues se descortinam como grandes auxiliadores na contenção de problemas no contexto das mudanças climáticas.




































