Sustentabilidade
Fonte: MAY, Peter; LUSTOSA, Maria Cecília; VINHA, Valéria. Economia do meio ambiente. Elsevier Brasil, 2010.
Barbara Lucia Guimarães Alves é Doutora em Psicossociologia de Comunidades e Ecologia Social pelo Programa EICOS - UFRJ, Mestra em Engenharia Ambiental pela UERJ, com Especialização em Educação para Gestão Ambiental - PDBG/UERJ. Possui graduação em Licenciatura em Ciências Agrícolas pela UFRRJ e graduação em Engenharia Agronômica pela Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro Atuando nos seguintes temas: árvores, podas, aterros, consumo, gerenciamento ambiental e resíduos.
Fonte: MAY, Peter; LUSTOSA, Maria Cecília; VINHA, Valéria. Economia do meio ambiente. Elsevier Brasil, 2010.
Bioinsumos são produtos biológicos usados na agricultura para melhorar a produtividade e proteger as plantas, reduzindo o uso de produtos químicos. Eles incluem micro-organismos vivos, extratos vegetais ou compostos naturais que atuam no solo, na planta ou nos insetos.
O uso de bioinsumos está crescendo, especialmente em sistemas de agricultura sustentável, orgânica e integração lavoura-pecuária-floresta (ILPF). Incentivos governamentais e pesquisas da Embrapa têm impulsionado o setor.
Tabela sobre bioinsumos:
Tipo de Bioinsumo | Exemplos | Função / Benefício |
---|---|---|
Biofertilizantes | Rhizobium, Azospirillum, húmus, composto orgânico | Fixam nitrogênio, fornecem nutrientes, melhoram a fertilidade do solo |
Biopesticidas | Bacillus thuringiensis, fungos entomopatogênicos (Beauveria bassiana), nematoides benéficos, extratos de nim | Controlam pragas e doenças de forma natural, sem poluir o ambiente |
Bioestimulantes | Extratos de algas, aminoácidos, bactérias promotoras de crescimento | Estimulam crescimento, resistência a estresses (seca, salinidade, calor), aumento da produtividade |
Microrganismos benéficos do solo | Trichoderma, micorrizas | Melhoram a saúde do solo, aumentam absorção de nutrientes e proteção contra patógenos |
Compostos naturais | Óleos essenciais, extratos vegetais | Ação fungicida, inseticida ou repelente de pragas |
A Integração Lavoura-Pecuária-Floresta (ILPF) é um sistema de produção sustentável que combina, em uma mesma área, atividades agrícolas, pecuárias e florestais, realizadas de forma integrada, sinérgica e planejada, com o objetivo de aumentar a produtividade e conservar os recursos naturais.
A ILPF é um modelo que busca diversificar, intensificar e otimizar o uso da terra, alternando ou combinando:
Esses componentes podem ser explorados em rotação, consórcio ou sucessão.
Um produtor planta milho e braquiária (capim) no verão. Após a colheita do milho, o capim permanece para pastejo do gado. Paralelamente, há linhas de eucalipto que fornecem madeira e sombra. Assim, a área gera:
O Brasil é referência mundial em ILPF, com apoio de instituições como a Embrapa, que promove o Programa Nacional de ILPF.
Segundo dados recentes, mais de 20 milhões de hectares já utilizam algum tipo de integração no país.
Olericultura sob painéis solares (agrivoltaica)
Agrivoltaica = instalação de módulos fotovoltaicos elevados/arranjados de modo a coexistir com cultivos abaixo. Pode melhorar eficiência da água, reduzir temperatura e evaporação e gerar receita de energia/arrendamento enquanto mantém (ou às vezes aumenta) produção agrícola. Estudos e guias técnicos recentes resumem ganhos de produtividade por área útil e benefícios microclimáticos.
Escolha local: mínimo 0,5–1 ha para avaliar múltiplas variantes (pode ser menor, mas varie sombreamento). Inclua áreas de controle (solo aberto).
Configuração experimental (exemplo simples):
Medições a coletar (mínimo):
Calendário: por cultivo de ciclo curto (folhosas) faça pelo menos 2 safras (estações diferentes) para captar efeitos sazonais; para culturas de ciclo longo recomenda-se monitoramento anual.
Manejo integrado: ajuste densidade de plantio, ventilação entre linhas e calendário de irrigação. Previna doenças pela maior umidade com espaçamentos que permitam ventilação e por práticas sanitárias.
Na Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro, Seropédica, RJ, Brasil - foi desenvolvido um sistema inovador de sensores para medição de umidade do solo, pressão, CO2, temperatura e ph do solo.
Para utilização desses dados foi desenvolvido um outro sistema que capta a energia solar e os armazena na nuvem (Power Bank) onde ficarão disponibilizados através de um programa direcionado para consulta no celular.
Guaratiba, RIo de Janeiro, Brasil, se fez representar na RIO+AGRO (Fórum Internacional Agro Ambiental). Podemos dizer que é um pedacinho do céu na terra. É um lugar onde se encontra diversos biomas, que vão desde a magnífica restinga perpassando por florestas e mangues, entre outros. Não foi à toa que o eminente paisagista Roberto Burle Marx por lá resolveu se instalar.
O nome Guaratiba tem origem tupi.
👉 Portanto, Guaratiba significa algo como “ajuntamento de guarás” ou “lugar onde há muitos guarás”.
Essas aves eram comuns nas áreas de manguezais da região no período pré-colonial, o que explica a escolha do nome pelos povos indígenas que habitavam a região.
Aqui vão informações sobre os tipos de biomassa, vegetação e ecossistemas em Guaratiba (Zona Oeste do Rio de Janeiro), bem como sua importância ambiental.
Reserva Biológica Estadual de Guaratiba (RBG)
Horto Florestal de Guaratiba (HFGUA)
Vegetação costeira, restinga, mangue, áreas alagadas
Fator sequestro de carbono
A proposta principal é aliar a agricultura à sustentabilidade. Nesse ínterim, destaca- se a segurança alimentar e hídrica e a diplomacia ambiental, como também aspectos econômicos e desenvolvimento sustentável, com o foco voltado para as emergências climáticas, energéticas, alimentar e social. O evento ainda conta com expositores de pequenos e grandes empreendimentos agrícolas. E, evidentemente, nós fomos conferir!
🌱💧ENTENDENDO OS JARDINS DE CHUVA
São de fáceis confecções, podem ser organizados por condomínios, residências, em praças, terrenos, com participação pública ou não. São essenciais frente às mudanças climáticas. Nota-se na figura acima que o cercado no entorno da golas das árvores têm depressões que facilitam ao escoamento das águas para dentro dos canteiros. Mas também podem ser no nível dos pisos, ou simplesmente sem delimitações.
👉 Em resumo: os jardins de chuva são soluções baseadas na natureza para gestão sustentável das águas pluviais, que unem infraestrutura verde e paisagismo funcional.
O paisagismo pode estar em todo o lugar, e é uma forma de inserção de espécies nativas - preferencialmente, e exóticas quando não há outras opções. Nesse âmbito gostaria de destacar o trabalho atual de dois mestres que podem servir de referência para o tema, são eles - Harri Lorenzi e Ricardo Cardim. O primeiro é mais generalista, considera a importância das espécies, trabalhando na domesticação de nativas de interesse paisagístico. Já o segundo é extremamente radical na instrução de espécies nativas e endêmicas. Cabe aqui diferenciarmos a classificação anterior - as nativas ocorrem naturalmente numa determinada região, mas podem ser encontradas em outros locais também, já uma espécie endêmica é uma espécie nativa que só existe numa área geográfica específica. Resumindo, todas as espécies endêmicas são nativas, mas nem todas as nativas são endêmicas. Nesse ínterim, não podemos deixar de mencionar a nossa referência maior e mais completa, Roberto Burle Marx, pelo legado deixado pelo mundo, através dos seus desenhos projetados para grandes áreas verdes, pelo seu enorme acervo e sua notória relevância na missão de construção de espaços de contemplação da natureza.
Figura: @papodepaisagista
Temperatura ideal: entre 18 °C e 24 °C. Não tolera frio abaixo de 12 °C.
Umidade: gosta de alta umidade (60–70% ou mais). Em ambientes secos, usar umidificador, bandeja com água/pedrinhas ou borrifar levemente as folhas.
pH: levemente ácido a neutro (5,5–6,5).
Pela primeira vez, em 2024, a probabilidade
de aumento da temperatura média global
excedeu
temporariamente o limite estabelecido pelo Acordo de Paris, 1,5°C.
O que falar sobre as árvores que não seja clichê? Estamos cansados de saber da importância e funções delas. Além dos cuidados que temos que ter com o mares (um capítulo à parte), a recomendação para remediação e equilíbrio dos problemas climáticos reside em plantar, cultivar e cuidar das espécies arbóreas, com atenção voltada para os
ecossistemas locais, privilegiando àquelas que são nativas, preferencialmente.
E onde plantar? Em todos os lugares possíveis e até supostamente impossíveis. Temos visto o exemplo de plantio em áreas de desertificação na África, onde fazem golas aprofundadas visando o acúmulo de águas ao redor das árvores. Nesse contexto, se evidecia também a China, outrora tida como grande poluidora, hoje florestando intensamente para remediação dos danos causados pela industrialização massiva. Ainda, generalizando, podemos destacar a importância de proteção de nascentes através da arborização das mesmas, com intuito de incremento dos mananciais e lençóis freáticos. Portanto, urge a estratégia de não se destruir as florestas, recompô-las quando necessário, criar possibilidades de ampliação de plantio de árvores. O que se recomenda no geral, aplica-se essencialmente às cidades. O mais importante é que esta tática é viável à nível econômico.
https://www.instagram.com/reel/DNO_TwCM9tS/?igsh=bHM2cDRsZ3U3d243
https://www.instagram.com/p/DNlJhX4gUtk/?igsh=MWRuY2d4NDRxZmpzMw==
Dando continuidade à postagen anterior verificamos um conglomerado de prédios atualmente nas cidades, provocando inúmeras "ilhas de calor". Recomenda-se para tanto, o aproveitamento de praças e espaços viáveis em mini florestas. Assim como pode-se fazer a inserção do verde no topo de prédios, paredes e incentivo à jardinagem. E, principalmente, dar ênfase na arborização urbana.
Quanto aos alagamentos, temos que empreender na infiltração das águas. Primeiramente, admitir que não dá para continuar retilinizando os rios e que suas margens, já que não há viabilidade de formação de mata ciliar, essas devem ser providas de arborização maciça e formação de "canteiros de chuva". Esses são estruturas dotadas de mecanismos para percolacão das mesmas, que podem promover o escoamento das águas direcionando-as para os rios e lençóis freáticos. Aliás esses canteiros são bem vindos em todas as cidades - porém é um capítulo à parte.
Quanto à manta asfáltica, como já foi dito, deve-se observar estudos acadêmicos que nos remetam à permeabilidade, inclusive com utilização de materiais recicláveis, destaca-se nesse ínterim a borracha dos pneus inutilizados.
Diminuindo-se os desmatamentos e queimadas, florestando e reflorestando viabilizamos a questão de circulação dos "rios aéreos".
Quanto à liberação de gases e efluentes temos que contar também com estudos acadêmicos, fiscalização e aplicação de leis inerentes ao assunto. Estamos nos referindo à poluição de todo tipo. E muita vontade política, como em tudo revisitado por aqui.
Mas, se observarmos bem, muito do que foi relatado não são investimentos com grandes gastos a serem empreendidos. Se cada prefeitura fizesse um mapeamento do ponto de vista ambiental com foco nas mudanças climáticas, não estaríamos rumo ao caos e não comprometeríamos as futuras gerações.
As ilustrações acima nos remetem à importância da cobertura do solo, qualquer que seja ela.
A partir dessa concepção podemos rever os problemas causados pelas variações do clima, cada vez mais frequentes, e essa é a questão.
Muitos afirmam que tais eventos já ocorriam, sim! Porém não tanto repetidas vezes, em tão curto espaço de tempo e em todos os lugares em momentos concomitantes.
Entendido isso, podemos falar um pouco das estruturas das cidades, ressaltando-se alguns dos problemas pontuais que intensificam os efeitos climáticos.
Primeiramente destacamos as "ilhas de calor", ocasionadas pelo excesso de construções aglutinadas, por vezes, incluindo-se aí asfaltos que impermeabilizam o solo e produzem aquecimento do ar.
Essa questão está também relacionadas às enchentes, porque a infiltração das águas fica prejudicada. Contudo, outro fator de influência no processo é a retilinização dos rios, que perdem seus meandros (curvas), que por conseguinte, correm sem nenhum fator que possa reduzir a velocidade dessas águas.
Quanto à cobertura asfáltica o que pode-se fazer é retornarmos ao passado, numa época que a cobertura era feita por paralelepípedos. Ou nos remetermos ao futuro através da utilização de revestimentos permeáveis. Infelizmente, para qualquer solução em diferentes questões climáticas ficamos a mercê das intenções políticas.
Ainda há a constatação de que os "rios aéreos", que são fluxos de ar provenientes das florestas, ficam com a circulação prejudicada devido aos desmatamentos e incêndios aumenta não o nível de calor.
O aquecimento global está no âmbito dos problemas citados acima, contudo a emissão de poluentes se estende além disso. Diversas indústrias e fábricas não tratam seus resíduos, liberam gases do efeito estufa que não são tratados, portanto as emissões não são nem total ou parcialmente limpas. Nesse contexto temos que lembrar da liberação de efluentes para os rios, Igualmente sem tratamento ideal.
Elencadas algumas fragilidades das cidades, em sequência lançaremos luz sobre possíveis remediaçôes para o problemas evidenciados. Muitas delas de resoluções fáceis e até pontuais.
Os mangues se descortinam como grandes auxiliadores na contenção de problemas no contexto das mudanças climáticas.
A magnífica ilustração faz referência aos manguezais de Guaratiba, Rio deJaneiro, RJ, Brasil. Nas imagens podemos observar o vasto manguezal por onde as águas percorrem, formando os meandros de circulação. O fator favorece que o movimento lento dos pequenos riachos não arraste a vegetação, pois as curvas por onde correm diminuem a velocidade do fluxo aquífero durante as cheias, de modo a não interferir na flora local. Podemos notar nas próximas postagens o efeito da supressão dos meandros na retilinização dos rios que ocorre nas cidades.Essa área escondida compreende a Reserva Biológica de Guaratiba, que é o maior manguezal da cidade. É um dos ecossistemas vitais que garantem a pesca na Baía de Sepetiba e possui uma biodiversidade relevante. Aqui, cada curva dos rios se torna um caminho vital e cada elemento arbóreo atua como uma barreira para as águas mais turbulentas, causadas pelas variações climáticas. Um pedacinho do céu na terra.
Tudo o que foi mencionado foi para destacar a importância dos manguezais diante das questões climáticas. No entanto, para reverenciar os manguezais, é preciso um post exclusivo, que será publicado depois deste.
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As mudanças climáticas interferem grandemente no ciclo das culturas. Não só em relação as catástrofes ocasionadas pelo clima.
Há recorrentemente alterações mais profundas relacionadas aos regimes pluviométricos, modificações das estruturas físicas e químicas do solo, amplitudes diárias de luminosidade, circulação de rios aéreos, variações drásticas de temperatura e umidade.
Concomitantemente, os organismos presentes no solo e toda a diversidade biológica do entorno dos cultivares ficam igualmente afetados.
Temos, então, estabelecido todo um desequilíbrio prejudicial ao regime normal de cultivo. Por vezes não ocorre floração, polinização, cruzamento entre as espécies, predomínio de pragas indesejáveis, pouco desenvolvimento de raízes, entre outros fatores.
Assim, urge a recuperação de florestas, matas ciliares, preservação de manguezais.
EFFECTS OF CLIMATE VARIATIONS ON CULTIVARS
Climate change significantly impacts crop cycles. This isn't just due to climate-related disasters.
There are often more profound changes related to rainfall patterns, modifications to the physical and chemical structures of the soil, daily light amplitudes, airflow circulation, and drastic variations in temperature and humidity.
Concurrently, soil organisms and the biological diversity surrounding crops are equally affected.
This has led to a detrimental imbalance in the normal cropping system. Sometimes, there is no flowering, no pollination, no cross-breeding, no undesirable pests, and little root development, among other factors.
Therefore, the restoration of forests, riparian forests, and the preservation of mangroves is urgently needed.
Afforestation and reforestation are the buzzwords. Several countries are already investing heavily in this area. Also adding the perspective of preserving flora and fauna to the issue of non-pollution, however the subject has already been discussed on the blog, which does not prevent us from returning to the subject, briefly.
EFECTOS DE LAS VARIACIONES CLIMÁTICAS EN LOS CULTIVARES
El cambio climático impacta significativamente los ciclos de los cultivos. Esto no se debe únicamente a los desastres relacionados con el clima.
Con frecuencia se producen cambios más profundos relacionados con los patrones de lluvia, las modificaciones en las estructuras físicas y químicas del suelo, la amplitud de la luz diaria, la circulación del aire y las variaciones drásticas de temperatura y humedad.
Al mismo tiempo, los organismos del suelo y la diversidad biológica que rodea los cultivos se ven igualmente afectados.
Esto ha provocado un desequilibrio perjudicial en el sistema de cultivo normal. En ocasiones, no hay floración, polinización, cruzamiento, plagas indeseables y el desarrollo radicular es escaso, entre otros factores.
Por lo tanto, la restauración de los bosques, los bosques riparios y la preservación de los manglares es una necesidad urgente.
La forestación y la reforestación son las palabras de moda. Varios países ya están invirtiendo fuertemente en este ámbito. Añadiendo también a la cuestión de la no contaminación la perspectiva de la preservación de la flora y la fauna, aunque el tema ya ha sido tratado en el blog, lo que no nos impide volver sobre el tema, brevemente.