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segunda-feira, 6 de outubro de 2025

BIOINSUMOS



🌱 O que são Bioinsumos

Bioinsumos são produtos biológicos usados na agricultura para melhorar a produtividade e proteger as plantas, reduzindo o uso de produtos químicos. Eles incluem micro-organismos vivos, extratos vegetais ou compostos naturais que atuam no solo, na planta ou nos insetos.


🧬 Principais Tipos

  1. Biofertilizantes: aumentam a fertilidade do solo ou fornecem nutrientes às plantas (ex.: microrganismos fixadores de nitrogênio, como Rhizobium).
  2. Biopesticidas: controlam pragas e doenças de forma natural (ex.: fungos, bactérias, nematoides benéficos, extratos vegetais).
  3. Bioestimulantes: promovem crescimento e resistência das plantas a estresses (ex.: extratos de algas, aminoácidos).

🌟 Benefícios

  • Ambientais: reduzem poluição do solo e água, conservam a biodiversidade.
  • Econômicos: podem reduzir custos com insumos químicos.
  • Agronômicos: melhoram a saúde do solo, aumentam a resistência das plantas e podem aumentar produtividade.

⚠️ Desafios

  • Eficácia pode variar com clima, solo e cultura.
  • Necessidade de armazenamento e aplicação corretos.
  • Maior conhecimento técnico para manejo adequado.

🌍 Panorama no Brasil

O uso de bioinsumos está crescendo, especialmente em sistemas de agricultura sustentável, orgânica e integração lavoura-pecuária-floresta (ILPF). Incentivos governamentais e pesquisas da Embrapa têm impulsionado o setor.


Tabela  sobre bioinsumos:

Tipo de Bioinsumo Exemplos Função / Benefício
Biofertilizantes Rhizobium, Azospirillum, húmus, composto orgânico Fixam nitrogênio, fornecem nutrientes, melhoram a fertilidade do solo
Biopesticidas Bacillus thuringiensis, fungos entomopatogênicos (Beauveria bassiana), nematoides benéficos, extratos de nim Controlam pragas e doenças de forma natural, sem poluir o ambiente
Bioestimulantes Extratos de algas, aminoácidos, bactérias promotoras de crescimento Estimulam crescimento, resistência a estresses (seca, salinidade, calor), aumento da produtividade
Microrganismos benéficos do solo Trichoderma, micorrizas Melhoram a saúde do solo, aumentam absorção de nutrientes e proteção contra patógenos
Compostos naturais Óleos essenciais, extratos vegetais Ação fungicida, inseticida ou repelente de pragas







 

domingo, 5 de outubro de 2025

ILPF-INTEGRAÇÃO-LAVOURA-PECUÁRIA-FLORESTA

 


A Integração Lavoura-Pecuária-Floresta (ILPF) é um sistema de produção sustentável que combina, em uma mesma área, atividades agrícolas, pecuárias e florestais, realizadas de forma integrada, sinérgica e planejada, com o objetivo de aumentar a produtividade e conservar os recursos naturais.


🌱 O que é a ILPF

A ILPF é um modelo que busca diversificar, intensificar e otimizar o uso da terra, alternando ou combinando:

  • Lavouras (soja, milho, sorgo, feijão, etc.);
  • Pecuária (criação de gado de corte ou leiteiro);
  • Floresta (árvores para madeira, sombreamento, recuperação ambiental, etc.).

Esses componentes podem ser explorados em rotação, consórcio ou sucessão.


🔄 Modalidades da ILPF

  1. Integração Lavoura-Pecuária (ILP): alternância ou consórcio entre culturas agrícolas e pastagens.
  2. Integração Lavoura-Floresta (ILF): cultivo de lavouras entre linhas de árvores.
  3. Integração Pecuária-Floresta (IPF): pastagens com árvores que oferecem sombra e madeira.
  4. Integração Lavoura-Pecuária-Floresta (ILPF): combinação dos três sistemas de forma conjunta.

🌾 Principais Benefícios

  • Econômicos: aumento da renda e diversificação da produção; aproveitamento integral da área o ano todo.
  • Ambientais: melhoria da fertilidade do solo, redução da erosão, sequestro de carbono e recuperação de áreas degradadas.
  • Sociais: geração de empregos e fixação do produtor no campo.
  • Zootécnicos: conforto térmico e bem-estar animal, aumento da produtividade da pecuária.

🌍 Exemplo Prático

Um produtor planta milho e braquiária (capim) no verão. Após a colheita do milho, o capim permanece para pastejo do gado. Paralelamente, há linhas de eucalipto que fornecem madeira e sombra. Assim, a área gera:

  • Grãos no verão;
  • Carne/leite no outono/inverno;
  • Madeira a médio e longo prazo.

🧭 Desafios

  • Necessidade de planejamento técnico detalhado;
  • Custo inicial mais alto para implantação;
  • Demanda por conhecimento multidisciplinar (agronomia, zootecnia, silvicultura);
  • Manejo complexo para equilibrar todos os componentes.

🇧🇷 No Brasil

O Brasil é referência mundial em ILPF, com apoio de instituições como a Embrapa, que promove o Programa Nacional de ILPF.
Segundo dados recentes, mais de 20 milhões de hectares já utilizam algum tipo de integração no país.



sábado, 4 de outubro de 2025

Olericultura Agrivoltaica

Olericultura sob painéis solares (agrivoltaica) 


É uma área com muita aplicação prática e pesquisa ativa, especialmente interessante para aumentar a renda por hectare, reduzir estresse hídrico nas plantas e aproveitar o mesmo solo para energia e alimento. Vou resumir o que funciona, riscos e um plano prático (passo-a-passo) para começar um projeto piloto de hortaliças sob painéis. Incluo referências recentes para as partes mais importantes.

O que é e por que fazer

Agrivoltaica = instalação de módulos fotovoltaicos elevados/arranjados de modo a coexistir com cultivos abaixo. Pode melhorar eficiência da água, reduzir temperatura e evaporação e gerar receita de energia/arrendamento enquanto mantém (ou às vezes aumenta) produção agrícola. Estudos e guias técnicos recentes resumem ganhos de produtividade por área útil e benefícios microclimáticos.

Vantagens específicas para olerícolas

  • Menor estresse hídrico / maior eficiência de uso da água (sombra parcial reduz evaporação).
  • Proteção térmica em dias quentes — pode reduzir temperatura do dossel em graus que ajudam qualidade e longevidade das folhas/frutos.
  • Risco de queimadura solar e aceleração de maturação moderados — em alguns casos a qualidade (cor, °Brix, firmeza) muda, podendo ser positiva ou negativa dependendo da cultura e do nível de sombreamento.
  • Renda dupla: venda de hortaliças + geração/arrendamento de energia.

Principais desafios / riscos

  • Sombreamento excessivo reduz rendimento em culturas que exigem alta radiação (ex.: tomate, pimentão) — o nível de sombreamento ideal varia por cultura e estação.
  • Alteração do microclima (umidade mais alta sob painéis) pode favorecer algumas doenças fúngicas; manejo sanitário deve ser reforçado.
  • Custos de instalação / logística (estruturas elevadas, acesso de tratores, poda, instalação elétrica) e possíveis requisitos regulatórios/ambientais locais.

Projetos de design — parâmetros práticos (baseados em literatura e guias)

  • Altura livre do solo: recomenda-se deixar espaço suficiente para operações agrícolas — muitos projetos usam ≥ 2,5–4 m do solo ao vão dos painéis (maior altura facilita mecanização e ventilação). (valor depende da operação).
  • Cobertura/fracção de sombra (shading fraction): evitar sombreamento >50% permanente para cultivos exigentes; níveis moderados (~20–40%) costumam beneficiar folhas verdes que toleram sombra. Fazer simulações de radiação e testar in loco.
  • Orientação e espaçamento dos painéis: otimizar geração elétrica e permitir luz difusa — linhas de painéis espaçadas para corredores de plantio; ângulo e espaçamento devem considerar latitude e estação.
  • Tipo de montagem: estruturas fixas elevadas são comuns; painéis bifaciais ou trackers podem alterar padrão de sombreamento e calor e devem ser avaliados.
  • Irrigação e sensoramento: integrar sensores de solo e PAR (radiação) para ajustar irrigação — agrivoltaica costuma aumentar eficiência hídrica.

Culturas mais indicadas (resumo prático)

  • Boa adequação / já testadas com sucesso: alface, espinafre, rúcula, outras folhosas; algumas ervas (manjericão, coentro) e mudas/estufas de produção.
  • Cuidado / testar: tomate, pimentão, berinjela — podem ficar mais sensíveis à redução de radiação; porém estudos mostram que com sombreamento moderado a qualidade/uso de água pode melhorar (avaliar por local/estação).
  • Raiz/bolbos: cenoura, beterraba — sensibilidade variável; testar em parcelas.

Plano prático (piloto) — executar agora mesmo no seu terreno

  1. Escolha local: mínimo 0,5–1 ha para avaliar múltiplas variantes (pode ser menor, mas varie sombreamento). Inclua áreas de controle (solo aberto).

  2. Configuração experimental (exemplo simples):

    • Parcela A = campo aberto (controle)
    • Parcela B = sob painéis com sombreamento leve (~20%)
    • Parcela C = sob painéis com sombreamento moderado (~40%)
    • Parcela D = corredor entre fileiras (maior insolação parcial)
  3. Medições a coletar (mínimo):

    • Produtividade por parcela (kg/m²) e área colhida;
    • Qualidade (tamanho, cor, °Brix quando aplicável, vida pós-colheita);
    • Microclima: temperatura do ar e do solo, umidade relativa, radiação PAR (fotômetro);
    • Uso de água: volume irrigado e leituras de umidade do solo;
    • Incidência de pragas/doenças e manejo fitossanitário;
    • Receita e custos (energia gerada/arrendada + custo de instalação e manutenção).
      (Instrumentos: sensores de solo, um par de sensores PAR, termômetros/estação meteorológica simples).
  4. Calendário: por cultivo de ciclo curto (folhosas) faça pelo menos 2 safras (estações diferentes) para captar efeitos sazonais; para culturas de ciclo longo recomenda-se monitoramento anual.

  5. Manejo integrado: ajuste densidade de plantio, ventilação entre linhas e calendário de irrigação. Previna doenças pela maior umidade com espaçamentos que permitam ventilação e por práticas sanitárias.

Aspectos econômicos e regulatórios

  • Modelos de negócio: venda da produção + venda/arrendamento da energia (ou cooperativas/contratos PPA). Em áreas brasileiras há estudos e pilotos mostrando viabilidade, mas atenção a normas locais e licenças ambientais.

Recomendações rápidas (checklist resumido)

  • Fazer um piloto controlado (ver plano acima).
  • Medir PAR, temperatura, umidade e rendimento.
  • Começar com folhosas (alface, rúcula, espinafre) para aprender manejo sob sombra.
  • Dimensionar estrutura com altura suficiente (>2,5 m) e corredores de acesso.
  • Integrar irrigação por sensores e registrar custos/receitas.
  • Consultar guias de boas práticas agrisolar e legislação municipal/estadual.


sexta-feira, 3 de outubro de 2025

UFRRJ na RIO+AGRO

 


Na Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro, Seropédica, RJ, Brasil - foi desenvolvido um sistema inovador de sensores para medição de umidade do solo, pressão,  CO2, temperatura e ph do solo. 



Para utilização desses dados foi desenvolvido um outro sistema que capta a energia solar e  os armazena na nuvem (Power Bank) onde ficarão disponibilizados através de um programa direcionado para consulta no celular.



GUARATIBA

 


Guaratiba, RIo de Janeiro, Brasil, se fez representar na RIO+AGRO (Fórum Internacional Agro Ambiental). Podemos dizer que é um pedacinho do céu na terra.  É um lugar onde se encontra diversos biomas, que vão desde a magnífica restinga perpassando por florestas e mangues, entre outros. Não foi à toa que o eminente paisagista Roberto Burle Marx por lá resolveu se instalar.

O nome Guaratiba tem origem tupi.

  • Guará” = pode se referir ao guará, ave de plumagem vermelha (Eudocimus ruber), bastante encontrada em áreas de manguezal.
  • Tyba / Tiba” = em tupi significa ajuntamento, reunião, abundância.

👉 Portanto, Guaratiba significa algo como “ajuntamento de guarás” ou “lugar onde há muitos guarás”.

Essas aves eram comuns nas áreas de manguezais da região no período pré-colonial, o que explica a escolha do nome pelos povos indígenas que habitavam a região.







Aqui vão informações sobre os tipos de biomassa, vegetação e ecossistemas em Guaratiba (Zona Oeste do Rio de Janeiro), bem como sua importância ambiental. 



O que há em Guaratiba: vegetação & biomassa

  1. Reserva Biológica Estadual de Guaratiba (RBG)

    • A RBG tem ~3.360 hectares, protegendo remanescentes de manguezal, planícies hipersalinas/apicuns, áreas úmidas e áreas em regeneração.
    • Espécies vegetais típicas do mangue presentes: Rhizophora mangle, Avicennia schaueriana, Laguncularia racemosa.
    • O manguezal é ecossistema de grande valor para biomassa: tanto aérea (troncos, folhas, galhos) quanto subterrânea (raízes e sedimentos) armazenam carbono.
  2. Horto Florestal de Guaratiba (HFGUA)

    • Esta é uma unidade de 8 hectares na Ilha de Guaratiba. Um dos seus objetivos é produzir mudas de espécies da restinga e do mangue.
    • Produz mudas nativas, frutíferas, exóticas para reflorestamento e compensações ambientais.
  3. Vegetação costeira, restinga, mangue, áreas alagadas

    • Além do mangue denso, há presença de restinga e vegetações costeiras típicas. A interface terra‐água, sedimentos, matéria orgânica proveniente do mangue (folhas, raízes) configuram importantes frações da biomassa.
    • As áreas de apicum / planícies hipersalinas também têm vegetação bastante especializada.
  4. Fator sequestro de carbono 

    • O manguezal da RBG é apontado como um dos mais bem preservados do município. Ele retém anualmente uma quantidade significativa de dióxido de carbono (CO₂).
    • A biomassa de raízes em manguezais é especialmente relevante para o estoque de carbono, nos sedimentos. Pesquisas em Guaratiba investigam esse aspecto.

Desafios e ameaças

  • Degradação ambiental por extração de barro, corte de árvores, ocupações irregulares.
  • Incêndios em vegetação, como ocorreu na Fazenda Modelo. Vegetação rasteira, áreas degradadas, ampliação urbana sem controle podem aumentar risco.
  • Pressão urbana e expansão: Guaratiba está em uma zona de transição entre áreas ainda relativamente mais naturais e expansão urbana. Isso coloca pressão sobre as áreas de vegetação natural.

Importância da biomassa em Guaratiba

  • Serviços ecossistêmicos: a biomassa vegetal (árvores, mangues, raízes) auxilia no sequestro de carbono, regulação do clima local, mitigação de ilhas de calor.
  • Produtor de matéria orgânica para ecossistemas aquáticos: o mangue libera matéria orgânica que sustenta fauna marinha e estuarina.
  • Proteção costeira e controle de erosão: raízes do mangue ajudam a estabilizar sedimentos, proteger contra ressacas, variação de marés.
  • Biodiversidade: vegetações diversas suportam espécies de flora e fauna especializadas.


quarta-feira, 1 de outubro de 2025

Fórum Internacional RIO+AGRO






Começou hoje no Rio de Janeiro (Brasil) o Fórum Internacinal RIO+AGRO na sua segunda  edição, desta vez no RIOCENTRO. Serão três dias de palestras e mesas redondas sobre o tema chave.

A proposta principal é aliar a agricultura à sustentabilidade.  Nesse ínterim,  destaca- se a segurança alimentar e hídrica e a diplomacia ambiental,  como também aspectos econômicos e desenvolvimento sustentável, com o foco voltado para as emergências climáticas,  energéticas, alimentar e social. O evento ainda conta com expositores de pequenos e grandes empreendimentos agrícolas. E, evidentemente, nós fomos conferir!











sábado, 27 de setembro de 2025

JARDINS DE CHUVA

 

nathnogueirapaisahismo


🌱💧ENTENDENDO OS JARDINS DE CHUVA

São  de fáceis confecções,  podem ser organizados por condomínios,  residências,  em praças, terrenos, com participação pública ou não. São essenciais frente às mudanças climáticas. Nota-se na figura acima que o cercado no entorno da golas das árvores têm depressões que facilitam ao escoamento das águas para dentro dos canteiros.  Mas também podem ser no nível dos pisos, ou simplesmente sem delimitações. 

🌧️ O que são?

  • Jardins de chuva são áreas rebaixadas (Para facilitar o escoamento das águas) e ajardinadas que captam a água da chuva proveniente de telhados, calçadas e ruas.
  • Funcionam como sistemas naturais de drenagem, permitindo que a água infiltre no solo em vez de escoar diretamente para bueiros.

⚙️ Como funcionam

  1. A água da chuva é direcionada para o jardim.
  2. O solo especial, permeável facilitando que as camadas de drenagem filtrem poluentes.
  3. As plantas (preferencialmente nativas) ajudam na absorção da água e na evapotranspiração.
  4. O excesso de água infiltra no lençol freático ou segue para o sistema de drenagem natural com menor intensidade.

🌿 Benefícios

  • Reduz alagamentos e enchentes urbanas.
  • Filtra poluentes, melhorando a qualidade da água.
  • Recarga de aquíferos e aumento da infiltração.
  • Criação de biodiversidade urbana (habitat para insetos e aves).
  • Beleza paisagística e melhoria do microclima.

⚠️ Desafios

  • Necessidade de espaço adequado em áreas urbanas.
  • Manutenção regular (remoção de sedimentos, cuidado com plantas).
  • Requer planejamento técnico (dimensionamento do volume de água), que de acordo com a permebilidade do solo e as plantas utilizadas, não é tão difícil de confeccionar.

👉 Em resumo: os jardins de chuva são soluções baseadas na natureza para gestão sustentável das águas pluviais, que unem infraestrutura verde e paisagismo funcional.