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domingo, 3 de abril de 2016

CATADORES / LIVRO








Ipea lança livro sobre o panorama da reciclagem no Brasil 

Catadores assinam artigos na publicação "Catadores de materiais recicláveis: um encontro nacional", que foi lançado nesta quinta-feira, 31/03, em Brasília
Com o objetivo de discutir as políticas públicas relacionadas à reciclagem no país envolvendo a perspectiva dos próprios catadores, o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) lançou, nesta quinta-feira, 31/03, o livro "Catadores de Materiais Recicláveis: um encontro nacional".
Além dos autores e organizadoras da obra, que conta com 23 capítulos, participou Douglas Moreira da Silva, catador de materiais recicláveis. O livro é dividido em três partes: a primeira com destaque para noção de identidade do próprio catador, de suas questões a partir de sua perspectiva como trabalhador. Envolvem ainda as questões de gênero e aquelas relacionadas à divisão sexual do trabalho. Já na segunda parte, o destaque é para o aspecto coletivo, com a discussão sobre organização, instituição e fortalecimento das cooperativas como forma de inclusão produtiva. A última parte do livro discorre sobre o desenvolvimento e os desafios para a tecnologia e inovação no processo produtivo de materiais recicláveis.
O lançamento ocorreu na sede do Ipea em Brasília. Participam da solenidade o presidente do Ipea, Jessé Souza e o presidente do Conselho Nacional do Serviço Social da Indústria (Sesi), Gilberto Carvalho, e do secretário nacional adjunto de Economia Solidária, Roberto Marinho.


http://www.ipea.gov.br/portal/index.php?option=com_content&view=article&id=27446&Itemid=2

sábado, 2 de abril de 2016

TRATAMENTO DE ÁGUAS




Captação, tratamento e distribuição de água

Com o intuito de maximizar e melhorar o uso da água, recurso indispensável nos vários setores de produção dentro dos sistemas agroecológicos, promovemos o planejamento e desenvolvimento de sistemas de captação, tratamento e distribuição (irrigação), em que constam: Açudes, tanques, aquicultura e alagados, bombeamento, sistemas de irrigação, filtros biológicos, filtros de carvão ativado, fitorremediação, conservação e recuperação de nascentes e produção de águas.



https://www.seteecos/photos/a.897190793651345.1073741832.897190696984688/897191020317989/?type=3&theater





quinta-feira, 31 de março de 2016

GRAVE / RIOS

A frágil saúde dos rios tem um recado sério para o Brasil

VANESSA BARBOSA
Rafael Pacheco/Prefeitura de Pirapora do Bom Jesus/Divulgação
Poluição: espuma é vista em trecho do Rio Tietê em Pirapora do Bom Jesus, em 23.06.2015.



Apesar do complemento "básico" no nome, o saneamento é um gargalo histórico no Brasil e nem mesmo a grave crise hídrica de 2014 conseguiu mudar esta sina. Uma abrangente pesquisa da ONG ambientalista SOS Mata Atlântica divulgada neste 22 de março, Dia Mundial da Água, comprova que pouco se tem feito para preservar este bem essencial à vida lá na sua origem - os rios, córregos e lagos do país.



O levantamento mediu a qualidade da água em 289 pontos de coletas distribuídos em 76 municípios de 11 estados brasileiros e do Distrito Federal e constatou que nada menos do que 36,3% dos pontos analisados apresentam qualidade ruim ou péssima.



Outros 59,2% estão em situação regular, o que significa um estado de alerta. Do total, apenas 13 pontos foram avaliados com qualidade de água boa (4,5%). Nenhum, porém, foi avaliado como ótimo.



Os dados da pesquisa foram coletados entre março de 2015 e fevereiro de 2016, um período marcado por fortes chuvas, e comparados aos resultados da pesquisa anterior, de março de 2014 a fevereiro de 2015, quando as regiões Nordeste e Sudeste enfrentaram uma grave estiagem.



"Buscamos essa comparação para ver como como os picos climáticos impactam na qualidadde da água e no controle de poluentes. Existe uma percepção de que as chuvas aumentam a capacidade de autodepuração dos poluentes nos rios. Mas a gente tem notado que, nos últimos anos, as chuvas têm influenciado negativamente a qualidade da água em regiões urbanas, principalmente nas áreas metropolitanas, como São Paulo", explica Malu Magalhães, coordenadora da Rede das Águas da Fundação SOS Mata Atlântica.



Neste ano, a cidade de São Paulo perdeu dois pontos que, até 2015, apresentavam qualidade de água boa, localizados em áreas de manancial no Parque dos Búfalos (Represa Billings) e em Parelheiros (Represas Billings/Guarapiranga).



O que mudou



Na comparação em todo o país, 125 pontos de coleta monitorados apresentaram tendência de comprometimento da qualidade da água, com leve piora nos indicadores. Houve ainda um aumento dos pontos com qualidade ruim de 41,6% para 47,2% e apenas 3,2% dos rios seguem apresentando qualidade de água boa.



Falta de tratamento de esgoto, lançamento ilegal de efluentes industriais e desmatamento associado a ocupações irregulares e a mudanças no uso do solo próximo a mananciais são as principais causas de poluição das águas e fontes de graves doenças de veiculação hídrica, como diarréia, hepatite e cólera. 



Diante de números tão preocupantes, o estudo assinala o papel fundamental do cuidado com o meio ambiente natural para a garantia de água de boa qualidade. Boa parte dos pontos (4,5%) que se encaixaram nessa categoria estão localizados em áreas protegidas e que contam com matas ciliares preservadas.



Em contrapartida, nas áreas com pouco cobertura verde, como a Cantareira, que possui apenas 20% de vegetação remanescente, as fortes chuvas aumentam as cargas difusas de poluição, como lixo, material particulado de veículos diesel e a gasolina, sedimentos, entre outros.



"Temos aí um alerta para as autoridades de que as chuvas não resolvem o problema da poluição. Mudar esse quadro exige que o saneamento entre para as prioridades dos gestores públicos", aponta Malu.
O tamanho do desafio



Em um país onde metade da população ainda não tem esgoto coletado em suas casas e cerca de 35 milhões de pessoas nem sequer têm acesso a água tratada, tal ambição pode parecer fadada ao fracasso.



Historicamente, o setor de saneamento sempre foi visto como uma espécie de patinho feio da infraestrutura, e o estudo comprova este descaso.



O próprio Plano Nacional de Saneamento Básico postergou a universalização do saneamento no país para 2033 - sendo que antes o prazo era até 2020 - em virtude da falta de investimentos no tratamento de esgoto e para acabar com os lixões nos municípios.



De acordo com a especialista da SOS Mata Atlântica, esses indicadores reforçam a importância da campanha "Saneamento Já", lançada pela ONG com o objetivo de engajar a sociedade em uma petição pela universalização do saneamento e por água limpa nos rios e praias brasileiras.



"As pessoas não associam a questão da saúde ao saneamento, coleta de esgoto e de lixo e acesso à agua tratada. Só a mudança de mentalidade vai transformar o saneamento em prioridade" diz. "Os rios são espelhos das políticas públicas, se a saúde deles vai mal, alguma coisa não está sendo feita", alerta. 



É fato que o cenário econômico desfavorável e os cortes nos gastos públicos do ajuste fiscal devem reduzir os investimentos no setor, mas a implementação de projetos de melhoria enfrentam um obstáculo maior: a má gestão. 



Um levantamento recente do Instituto Trata Brasil, ONG que faz estudos sobre saneamento, mostra que a burocracia somada à problemas de gestão ajudam a retardar o avanço do setor por aqui.



Do total das 337 obras de água e esgoto do PAC monitoradas pela ONG, apenas 29% estão concluídas, 15% em situação normal e 52% estavam em situação inadequada (sendo 20% paralisadas, 17% atrasadas e 15% não iniciadas). Talvez só mesmo uma ampla demonstração de insatisfação popular mude esse quadro






http://planetasustentavel.abril.com.br/noticia/desenvolvimento/fragil-saude-rios-tem-recado-serio-brasil-941921.shtml

segunda-feira, 28 de março de 2016

A MAIOR DIVERSIDADE DE PLANTAS DO MUNDO




Depois de sete anos de trabalho, um grupo de 575 botânicos do Brasil e de outros 14 países concluiu a versão mais recente de um amplo levantamento sobre a diversidade de plantas, algas e fungos do Brasil, agora calculada em 46.097 espécies. Quase metade, 43%, é exclusiva (endêmica) do território nacional. O total coloca o Brasil como o país com a maior riqueza de plantas no mundo – a primeira versão do levantamento, publicada em 2010, listava 40.989 espécies. Esse número não vai parar de crescer tão cedo porque novas espécies são identificadas e descritas continuamente em revistas científicas. Em média, os botânicos apresentam cerca de 250 novas espécies por ano.
Os cinco artigos detalhando a segunda versão da Lista de espécies da flora do Brasilforam publicados em dezembro do ano passado na Rodriguésia, do Jardim Botânico do Rio de Janeiro (JBRJ), como forma de prestigiar a revista, que completou 80 anos em 2015. Dali também brota um alerta para as perdas contínuas de variedades únicas de plantas. Enquanto o levantamento era feito, um grupo de botânicos identificou uma espécie nova de bromélia com uma inflorescência vermelha, a Aechmea xinguana, em uma área de mata já coberta pela água do reservatório da usina de Belo Monte, em construção no norte do Pará. “Alguns exemplares dessa espécie foram resgatados e estavam na casa de vegetação do reservatório, mas as populações naturais se perderam na área alagada”, disse Rafaela Campostrini Forzza, pesquisadora do JBRJ e coordenadora do levantamento.
O trabalho não terminou. Neste mês de março os especialistas em cada grupo de plantas devem começar a incluir as descrições, distribuição geográfica detalhada e outras características de cada espécie no banco de dados on-line Flora do Brasil (floradobrasil.jbrj.gov.br) para servir de base para o Flora do Brasil Online, que deve estar concluído até 2020 para integrar o World Flora Online, com informações sobre todas as plantas conhecidas do mundo. Na trilha dos botânicos, os zoólogos se organizaram e apresentaram também em dezembro de 2015 a primeira versão do Catálogo Taxonômico da Fauna do Brasil (CTFB), resultado do trabalho de cerca de 500 especialistas, que começaram a detalhar as informações sobre 116.092 espécies, a maioria artrópodes, com quase 94 mil espécies ou 85% do total (fauna.jbrj.gov.br/fauna/listaBrasil).
© DENISE SASAKI/PROGRAMA FLORA CRISTALINO
Planta feminina de Gnetum leyboldii do Parque Estadual Cristalino, no Mato Grosso, uma das seis espécies de Gnetum  da Amazônia: o que parece frutos são na verdade sementes
Planta feminina de Gnetum leyboldii do Parque Estadual Cristalino, no Mato Grosso, uma das seis espécies de Gnetum da Amazônia: o que parece frutos são na verdade sementes
Elaborado a pedido do Ministério do Meio Ambiente, com financiamento do governo federal, instituições privadas e fundações estaduais como a FAPESP, o Flora do Brasil indica que a Amazônia abriga a maior diversidade do grupo das plantas sem frutos e com sementes expostas, as gimnospermas, que predominaram de 300 milhões até 60 milhões de anos atrás, quando os dinossauros circulavam pela Terra. Seus representantes mais conhecidos são árvores em formato de cone típicas do clima frio do sul do país, como a araucária, com uma única espécie no Brasil, e quatro espécies de Podocarpus. Dispersas nas matas da região Norte, porém, vivem seis espécies de cipós de folhas largas do gênero Gnetum, que crescem sob o clima quente e úmido ao redor de árvores. Suas sementes vermelhas ou lilases são tão parecidas com frutos que já confundiram até os botânicos.
© GERARDUS OOLSTROM
Rhipsalis flagelliformis, espécie de cacto exclusiva do Rio de Janeiro
Os quase 50 mil exemplares de espécies nativas colocam o Brasil como o país con-tinental com maior diversidade de espécies do mundo, seguido por China, Indonésia, México e África do Sul. Em número de espécies endêmicas, perde apenas para grandes ilhas como Austrália, Madagascar e Papua Nova Guiné, cujo isolamento favorece a formação de variedades únicas, e para apenas uma área continental, o Cabo da Boa Esperança, na África do Sul. O total de espécies não chega aos 60 mil das estimativas mais otimistas, mas é maior que o da Colômbia, antes vista como o país da América do Sul com maior diversidade, e é mais que o dobro das 22.767 espécies descritas na monumentalFlora brasiliensis, coleção de 15 volumes e 10.367 páginas escrita por 65 botânicos de vários países sob a coordenação de Carl Friedrich Philipp von Martius, August Wilhelm Eichler e Ignatz Urban, e publicada de 1840 a 1906.
Na Flora brasiliensis, o grupo predominante, com 32.813 espécies, são as plantas com sementes protegidas por frutos carnosos ou secos, as chamadas angiospermas. Nesse grupo estão as árvores como o ipê e o jacarandá, a roseira e outras espécies ornamentais, o feijão, o amendoim, o milho e a maioria dos vegetais usados na alimentação. Somente de feijões, pertencentes aos gêneros VignaCanavalia ePhaseolus, a flora brasileira registra cerca de 30 espécies nativas e naturalizadas, “a maioria delas com um potencial para a alimentação humana ainda pouco investigado”, comentou Vinicius Souza, professor da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq) da Universidade de São Paulo (USP) que participou da produção e organização das informações desse trabalho.
As angiospermas se espalharam quando o clima se tornou quente e úmido, depois da extinção dos dinossauros. As mudanças do clima eliminaram a maioria das gimnospermas, hoje raras em todo o mundo: os botânicos encontraram apenas 30 espécies, sendo 23 nativas, desse grupo no Brasil. Por sua vez, as samambaias e as licófitas – plantas sem sementes e sem flores, que se reproduzem por esporos, também com origem antiga – estão representad​as por 1.253 espécies no Brasil​; algumas ​delas ​atingem 20 metros de altura, lembrando as variedades gigantes que marcavam a paisagem terrestre há 300 milhões de anos.
Alegria e inquietação
Os botânicos agora convivem com a satisfação de ver mais uma etapa do projeto concluída e, ao mesmo tempo, uma desagradável inquietação, porque eles sabem que a distribuição geográfica das coletas de amostras de plantas, sobre as quais o trabalho foi feito, não era equilibrada: havia muito mais informações sobre as regiões Sul e Sudeste, onde se concentram as coletas, os grupos de especialistas e as instituições de pesquisa, do que nas outras partes do país. Enquanto no Rio de Janeiro havia 5,8 coletas por quilômetro quadrado (km2) e no Espírito Santo, 3,9 por km2, no Pará e no Amazonas essa relação era de 0,10 e 0,17 por km2.
Provavelmente por causa do número de coletas aquém do desejado pelos botânicos, o estado do Amazonas aparece em terceiro lugar entre os estados com maior diversidade, seguindo Minas Gerais, em primeiro, e Bahia. Os botânicos não estão satisfeitos com esse resultado. “No Amazonas poderia haver pelo menos mais 20 mil espécies ainda não amostradas”, disse Souza.
São Paulo encontra-se em quarto lugar de diversidade. Além de ser um espaço bastante percorrido por expedições botânicas, o estado apresenta uma variedade de relevos, com planícies a oeste e montanhas a leste, e de tipos de vegetação que favorecem a formação de novas espécies. “Tanto as formações vegetais de clima frio que vêm do sul quanto as de clima quente, como o Cerrado, param em São Paulo”, disse José Rubens Pirani, professor do Instituto de Biociências (IB) da USP (ver tabela).
“Infelizmente, mantivemos a distorção do trabalho de Von Martius, que coletou principalmente na Mata Atlântica, Caatinga e Cerrado e andou pouco pela Amazônia”, comentou Rafaela. “Precisamos de um plano nacional de mapeamento das espécies de plantas da Floresta Amazônica para resolver o problema da subamostragem do maior bioma brasileiro, que representa metade do território nacional.”
© EDUARDO CESAR
Em aclimatação na capital paulista: flor e fruto deEuphorbia attastoma, cacto endêmico da serra de Grão Mogol, MG, com látex fosforescente
Elaborado com informações mantidas em herbários e em bases on-line como o Reflora, atualmente com 1.390.218 registros de plantas nativas (ver Pesquisa FAPESP nº 229), o levantamento apontou a Mata Atlântica como o bioma com maior diversidade de angiospermas, samambaias, licófitas e fungos, em razão de coletas mais numerosas e da variedade de altitudes, climas e latitudes. Em segundo lugar está a Amazônia e em terceiro, o Cerrado.
“Ainda estamos longe dos prováveis números reais”, observou Souza. “Quanto maior o número de coletas por região ou estado, maior o número de espécies.” Uma evidência de sua afirmação é que, por causa das coletas mais numerosas, a diversidade de plantas do Tocantins aumentou 70% e a do Piauí, 40%, em relação ao registrado na primeira versão da Flora, de 2010. “Não estávamos trabalhando lá e as plantas não apareciam”, comentou Pirani. Em 2013, com sua equipe, ele identificou uma espécie nova de arbusto, Simaba tocantina, em uma área de Cerrado pouco conhecida no interior e nas proximidades do parque do Jalapão, leste do Tocantins, marcada por vastos areais como os descritos no livro Grande sertão: veredas, de Guimarães Rosa.
Na região Norte, as áreas menos estudadas são as mais propícias ao avanço das novas plantações de soja e cana-de-açúcar. “O desmatamento é muito mais rápido do que nossa capacidade de conhecer a floresta”, queixou-se a botânica paulista Daniela Zappi, pesquisadora do Kew Gardens, de Londres. “É um desespero. Parece que não vai dar tempo de chegar nessas áreas, principalmente no Arco do Desmatamento, entre o norte do Mato Grosso e o sul do Pará.”
As cactáceas, um dos grupos em que ela é especialista, apresentam uma elevada diversidade no Brasil – em Minas vivem 103 espécies e na Bahia, 98 –, mas 32% das 260 espécies desse grupo encontram-se em grau variável de risco de extinção. As áreas que ocupam são continuamente substituídas por plantações de eucalipto, agricultura ou mineração. Os cactos são explorados como plantas ornamentais e colhidos para servir como alimento para o gado ou para pessoas, que também os usam como fonte de medicamentos, geralmente sem se preocupar em repor as populações originais. Outro problema é que muitas espécies crescem apenas em áreas específicas. É o caso doArrojadoa marylaniae, um cacto colunar com anéis de flores vermelhas que cresce apenas sobre uma jazida de quartzo branco de valor comercial no interior da Bahia.
© EDUARDO CESAR
Flor de japaranduba (Erythrochiton brasiliensis), arvoreta do interior de trechos inalterados da Mata Atlântica úmida
Flor de japaranduba (Erythrochiton brasiliensis), arvoreta do interior de trechos inalterados da Mata Atlântica úmida
O trabalho de identificação e estudo da distribuição geográfica de cada espécie está atrelado a um plano de ação, de modo a estudar e favorecer a polinização e germinação de espécies em maior risco de extinção. As ações de preservação incluem a participação de pesquisadores não acadêmicos. Gerardus Oolstrom, um criador de cactos comerciais em Holambra, interior paulista, trabalhou com botânicos acadêmicos na identificação de uma espécie nova, aRhipsalis flagelliformis, que ele viu pela primeira vez cultivada em um sítio que havia sido do paisagista Roberto Burle Marx no bairro de Guaratiba, na cidade do Rio de Janeiro. “Os colecionadores, quando integrados com os grupos de pesquisa, podem ajudar muito no trabalho de localização e preservação das espécies”, observou Daniela.
Rafaela também trabalha com o advogado Elton Leme, um botânico não profissional, na caracterização de três novas espécies do gênero Encholirium, que vivem entre rochas em morros da Bahia e de Minas Gerais. Por sua vez, pesquisadores da Fundação Zoo-Botânica de Belo Horizonte espalharam cartazes com o título “Procura-se” e fotos e informações sobre o faveiro-de-wilson, uma árvore rara, e conseguiram localizar muitos exemplares com a ajuda de moradores do interior de Minas (verPesquisa Fapesp no 235).
“Não precisamos plantar apenas rosas e azaleias”, propôs Pirani enquanto caminhava pelos corredores amplos e ensolarados do herbário do IB-USP no início de janeiro. “Cultivar plantas ornamentais nativas em nossas casas, nas ruas e nas margens de estradas é uma forma de preservar a diversidade.” Em seguida ele apresentou um arbusto de flores azuis, a canela-de-ema, duas bromélias, o gravatá e a macambira, e outras plantas coletadas na serra de Grão Mogol, norte de Minas Gerais, que ele procura adaptar ao clima da capital. “Aqui chove mais do que em Minas, mas, mesmo assim, algumas delas florescem todo ano.”
Artigos científicos
COSTA, D. P. e PERALTA, D. F. Bryophytes diversity in BrazilRodriguésia. v. 66, n. 4, p. 1063-71. 2015.
MAIA, L. C. et al. Diversity of Brazilian FungiRodriguésia. v. 66, n. 4, p. 1033-45. 2015.
MENEZES, M. et alUpdate of the Brazilian floristic list of Algae and Cyanobacteria.Rodriguésia. v. 66, n. 4, p. 1047-62. 2015.
PRADO, J. et al. Diversity of ferns and lycophytes in BrazilRodriguésia. v. 66, n. 4, p. 1073-83. 2015.
THE BRAZIL FLORA GROUP. Growing knowledge: an overview of seed plant diversity in BrazilRodriguésia. v. 66, n. 4, p. 1085-113. 2015.
http://revistapesquisa.fapesp.br/2016/03/21/a-maior-diversidade-de-plantas-do-mundo/?cat=ciencia

sábado, 26 de março de 2016

ODS / 230 INDICADORES GLOBAIS


Comissão de Estatística aprova 230 indicadores globais para monitorar Objetivos Globais da ONU


Em 2015, Estados-membros adotaram conjunto de novos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável, que deverão ser cumpridos até 2030. Foto: ONU / Cia Pak
Em 2015, Estados-membros adotaram conjunto de novos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável, que deverão ser cumpridos até 2030. Foto: ONU / Cia Pak

Conjunto de indicadores foi aprovado em sessão presidida pelo Brasil, representado pelo IBGE. Monitoramento da implementação da Agenda 2030 vai exigir dos países uma produção de dados em quantidades sem precedentes.
A Comissão de Estatística das Nações Unidas aprovou nesta sexta-feira (11) um conjunto de 230 indicadores globais que serão utilizados para monitorar e revisar o cumprimento dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) no mundo. Conjunto de métodos de mensuração foi adotado pelo organismo ao final de sua 47ª Sessão, presidida neste ano pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Com a resolução da Comissão, o quadro de indicadores globais será encaminhado ao Conselho Econômico e Social da ONU e à Assembleia Geral para ser avaliado e adotado.
O organismo das Nações Unidas especializado em estatísticas destacou que os princípios globais de medição não foram feitos para supervisionar os avanços a nível regional e nacional, pois este controle dependerá, em última instância, das realidades e capacidades de cada país.
Os indicadores acordados até o momento são voltados para o monitoramento em escala mundial e não são necessariamente aplicáveis a contextos nacionais, que podem requerer o desenvolvimento de mecanismos distintos para avaliar os progressos.
“Os indicadores dos ODS vão exigir que uma quantidade inédita de dados seja produzida e analisada – e é evidente que isso vai colocar um desafio significativo para os sistemas estatísticos nacionais tanto em países em desenvolvimento, quanto nos desenvolvidos”, afirmou o subsecretário-geral da ONU para Assuntos Econômicos e Sociais, Wu Hongbo.
Em julho desse ano, análises do que está sendo feito, a nível nacional e por temas, para implementar a Agenda 2030 vão ser realizadas no Fórum Político de Alto Nível sobre Desenvolvimento Sustentável.

sexta-feira, 25 de março de 2016

BUTÂO CELEBRA NASCIMENTO DE PRÍNCIPE COM 108 MIL MUDAS



O Butão já é um país conhecido por ótimos motivos. É o mais eco-friendlydo mundo, o primeiro a permitir somente agricultura orgânica e está constantemente na lista dos mais felizes do mundo. E como os governantes por lá decidem celebrar o nascimento do mais recente príncipe? De forma sustentável, claro.
108 mil mudas foram plantadas na montanha de Kingdom para comemorar. A constituição do país prevê que ao menos 60% da terra permaneça florestada o tempo inteiro, mas esta medida não foi inspirada apenas pela preocupação ecológica dos butaneses. A verdade é que, no budismo, uma árvore simboliza longevidade, saúde, beleza e até compaixão, segundo Tenzin Lekphell, coordenador da iniciativa.
Dá uma olhada nas fotos:
ButhanPrince2

ButhanPrince3

http://nomadesdigitais.com/butao-celebra-nascimento-do-novo-principe-plantando-mais-de-100-mil-arvores/

terça-feira, 22 de março de 2016

ÁGUA / PERDAS

Brasil perdeu 36,7% de toda a água tratada durante a distribuição em 2014

A primeira reportagem da série 'Água: Cuidar para não Acabar', mostra que, mesmo com a crise hídrica, 70% dos municípios brasileiros ainda perdem níveis inaceitáveis de água na distribuição.

  • DURAÇÃO: 4:22
     

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De toda a água tratada em 2014, o Brasil perdeu 36,7% durante a distribuição (Crédito: Arte)
De toda a água tratada em 2014, o Brasil perdeu 36,7% durante a distribuição

Crédito: Arte

Por Talis Mauricio
 De toda a água tratada em 2014, o Brasil perdeu 36,7% durante a distribuição. São mais de 6 bilhões de metros cúbicos desperdiçados, o suficiente para encher seis vezes o sistema Cantareira, na Grande São Paulo. Em 1995, o índice de perdas nacional era de 42%, o que mostra um avanço tímido, de apenas 5 pontos percentuais ao longo de 20 anos.
Um atraso que, de Norte a Sul, prejudica principalmente as comunidades que vivem em áreas periféricas. 
‘A água acaba em torno de 16 horas e só volta no outro dia 5 horas da manhã. Aqui na rua tá sempre descendo carro pipa. Tem lugar em São Mateus (RJ) que não tem água mesmo. Nem salgada, nem doce, nem barrenta, nem limpa, nem suja. Estamos sem água mais ou menos há uns 20 dias’, diz um morador.
 Segundo dados do Sistema Nacional de Informações Sobre Saneamento, o SNIS, mais de 3,5 mil municípios do país, ou 70%, apresentam perdas na distribuição de água acima de 20%. São vazamentos em tubulações precárias, ligações clandestinas e até falta de medição. Um número elevado e que, na avaliação do presidente do Instituto Trata Brasil, Edison Carlos, mantém o país cada vez mais distante do patamar de países desenvolvidos. 
‘Consideramos minimamente aceitável perda abaixo de 20%. As cidades nunca se preocuparam com isso. A prioridade foi levar água potável para as pessoas e se esqueceu que essas redes deterioram. Nós temos áreas da cidade de São Paulo com redes de 50 anos de idade. Já nos países desenvolvidos não, o pessoal no Japão perde menos de 10% da água e acha um absurdo. Aqui se juntou a falta de preocupação sanitária de forma geral com uma noção atrasada e errada de que nós temos água em abundância.’
Um cálculo divulgado pela Associação Brasileira de Engenharia Sanitária e Ambiental mostra que se o Brasil reduzisse as perdas para algo em torno de 18%, entre 2009 e 2025, teria um ganho bruto de aproximadamente R$ 37 bilhões. Dinheiro que, em tempos de crise econômica, pode fazer falta, como explica o presidente da Abes, Alceu Bittencourt.
‘A redução de perdas depende de um esforço continuado de longo prazo. Para isso é preciso estruturar políticas de financiamento, estímulo, para promover um ganho mais rápido. A obra de ampliação é sempre mais visível, dá um resultado imediato. Já o esforço de perdas aparece menos, então ele corre muito risco em épocas de crise econômica. Acontece muito de negligenciarem esses investimentos e aí as perdas na distribuição sobem de novo.’
Norte e Nordeste lideram o ranking das perdas de água na distribuição. Capitais como Porto Velho e São Luís, por exemplo, desperdiçam mais 60% de toda a água tratada. Índices inaceitáveis que, para o conselheiro do Conama, Carlos Bocuhy, colocam em cheque a meta do governo federal de até 2033 reduzir o índice nacional para 31%.
‘O discurso governamental propõe metas teóricas que na realidade o governo não implementa porque não tem recurso destinado para isso e não prioriza na política de fato. Enquanto não tivermos um meio de controle social para cobrar as metas de governo que são processadas nos seus discursos, nós vamos continuar sendo engolidos por um processo retórico e não prático.’

http://cbn.globoradio.globo.com/series/agua-cuidar-para-nao-acabar/2016/03/21/BRASIL-PERDEU-367-DE-TODA-A-AGUA-TRATADA-DURANTE-A-DISTRIBUICAO-EM-2014.htm