Barbara Lucia Guimarães Alves é Doutora em Psicossociologia de Comunidades e Ecologia Social pelo Programa EICOS - UFRJ, Mestra em Engenharia Ambiental pela UERJ, com Especialização em Educação para Gestão Ambiental - PDBG/UERJ. Possui graduação em Licenciatura em Ciências Agrícolas pela UFRRJ e graduação em Engenharia Agronômica pela Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro Atuando nos seguintes temas: árvores, podas, aterros, consumo, gerenciamento ambiental e resíduos.
O Butão já é um país conhecido por ótimos motivos. É o mais eco-friendlydo mundo, o primeiro a permitir somente agricultura orgânica e está constantemente na lista dos mais felizes do mundo. E como os governantes por lá decidem celebrar o nascimento do mais recente príncipe? De forma sustentável, claro.
108 mil mudas foram plantadas na montanha de Kingdom para comemorar. A constituição do país prevê que ao menos 60% da terra permaneça florestada o tempo inteiro, mas esta medida não foi inspirada apenas pela preocupação ecológica dos butaneses. A verdade é que, no budismo, uma árvore simboliza longevidade, saúde, beleza e até compaixão, segundo Tenzin Lekphell, coordenador da iniciativa.
Brasil perdeu 36,7% de toda a água tratada durante a distribuição em 2014
A primeira reportagem da série 'Água: Cuidar para não Acabar', mostra que, mesmo com a crise hídrica, 70% dos municípios brasileiros ainda perdem níveis inaceitáveis de água na distribuição.
DURAÇÃO: 4:22
Por Talis Mauricio
De toda a água tratada em 2014, o Brasil perdeu 36,7% durante a distribuição. São mais de 6 bilhões de metros cúbicos desperdiçados, o suficiente para encher seis vezes o sistema Cantareira, na Grande São Paulo. Em 1995, o índice de perdas nacional era de 42%, o que mostra um avanço tímido, de apenas 5 pontos percentuais ao longo de 20 anos.
Um atraso que, de Norte a Sul, prejudica principalmente as comunidades que vivem em áreas periféricas.
‘A água acaba em torno de 16 horas e só volta no outro dia 5 horas da manhã. Aqui na rua tá sempre descendo carro pipa. Tem lugar em São Mateus (RJ) que não tem água mesmo. Nem salgada, nem doce, nem barrenta, nem limpa, nem suja. Estamos sem água mais ou menos há uns 20 dias’, diz um morador.
Segundo dados do Sistema Nacional de Informações Sobre Saneamento, o SNIS, mais de 3,5 mil municípios do país, ou 70%, apresentam perdas na distribuição de água acima de 20%. São vazamentos em tubulações precárias, ligações clandestinas e até falta de medição. Um número elevado e que, na avaliação do presidente do Instituto Trata Brasil, Edison Carlos, mantém o país cada vez mais distante do patamar de países desenvolvidos.
‘Consideramos minimamente aceitável perda abaixo de 20%. As cidades nunca se preocuparam com isso. A prioridade foi levar água potável para as pessoas e se esqueceu que essas redes deterioram. Nós temos áreas da cidade de São Paulo com redes de 50 anos de idade. Já nos países desenvolvidos não, o pessoal no Japão perde menos de 10% da água e acha um absurdo. Aqui se juntou a falta de preocupação sanitária de forma geral com uma noção atrasada e errada de que nós temos água em abundância.’
Um cálculo divulgado pela Associação Brasileira de Engenharia Sanitária e Ambiental mostra que se o Brasil reduzisse as perdas para algo em torno de 18%, entre 2009 e 2025, teria um ganho bruto de aproximadamente R$ 37 bilhões. Dinheiro que, em tempos de crise econômica, pode fazer falta, como explica o presidente da Abes, Alceu Bittencourt.
‘A redução de perdas depende de um esforço continuado de longo prazo. Para isso é preciso estruturar políticas de financiamento, estímulo, para promover um ganho mais rápido. A obra de ampliação é sempre mais visível, dá um resultado imediato. Já o esforço de perdas aparece menos, então ele corre muito risco em épocas de crise econômica. Acontece muito de negligenciarem esses investimentos e aí as perdas na distribuição sobem de novo.’
Norte e Nordeste lideram o ranking das perdas de água na distribuição. Capitais como Porto Velho e São Luís, por exemplo, desperdiçam mais 60% de toda a água tratada. Índices inaceitáveis que, para o conselheiro do Conama, Carlos Bocuhy, colocam em cheque a meta do governo federal de até 2033 reduzir o índice nacional para 31%.
‘O discurso governamental propõe metas teóricas que na realidade o governo não implementa porque não tem recurso destinado para isso e não prioriza na política de fato. Enquanto não tivermos um meio de controle social para cobrar as metas de governo que são processadas nos seus discursos, nós vamos continuar sendo engolidos por um processo retórico e não prático.’
Dia Mundial da Água: JPS-SP realiza série de ações de conscientização em escolas públicas
Depois do sucesso das atividades realizadas no ano passado, os integrantes do programa Jovens Profissionais do Saneamento da Associação Brasileira de Engenharia Sanitária e Ambiental – Seção São Paulo (ABES-SP) promoverão uma nova série de palestras em escolas pelo Dia Mundial da Água, comemorado em 22 de março.
Os encontros estão previstos para a segunda quinzena de março, com alunos do Ensino Infantil, além de estudantes do Ensino Fundamental II, da Escola Estadual Antonie de Saint Exupery (Bairro do Limão) e da Escola Municipal de Educação Infantil Flavio Império (Bairro do Jaçanã).
Na programação, os Jovens Profissionais do Saneamento realizarão palestras, gincanas e atividades lúdico-pedagógicas com o objetivo de conscientizar e enfatizar a importância da água para todos os seres vivos.
O coordenador do JPS-SP, Álvaro Diogo, fala sobre as expectativas para a ação voluntária. “Este ano, estamos trabalhando dentro do contexto da campanha ‘Mais Saneamento, Menos Zika’, promovida pela ABES (leia mais aqui), e resolvemos voltar às escolas onde fizemos ações ano passado. As atividades estão sendo planejadas para abordar os assuntos, não só de forma teórica, mas também de forma lúdica, fazendo uma espécie de ‘Olimpíada da Água’. Esperamos dessa forma fazer com que o saneamento seja visto como fundamental para o bem-estar individual e coletivo”.
Sobre o programa
O Jovens Profissionais do Saneamento é um programa de desenvolvimento contínuo, criado pela Associação Brasileira de Engenharia Sanitária e Ambiental em 2010, que tem como objetivo despertar habilidades e lideranças entre os jovens que atuam em saneamento, e promover o debate de temas atuais relacionados ao setor de Saneamento e Meio Ambiente. O JPS está presente em 14 estados brasileiros (PA, AC, AL, CE, BA, ES, MT, MS, GO, MG, SP, RJ, PR e RS). Caso você não seja residente de São Paulo, sugerimos que entre em contato com a seção corresponde ao Estado onde reside, para que possa obter maiores informações.
O JPS proporciona aos seus integrantes ações como suporte à publicação de artigos técnicos para apresentação em congressos, divulgação de cursos, participação em eventos, promoção de visitas técnicas e palestras sobre o setor, cujo objetivo é aprimorar o conhecimento acadêmico dos jovens e promover uma rede de relacionamento
Este fim de semana marca a mudança de estação, do verão para o outono. A nova estação começa oficialmente no dia 20 de março, à 1h30, pelo horário de Brasília. O outono se estende até o dia 20 de junho.Atualizado 15/03/2016 às 08:37
O Hemisfério Sul entra oficialmente no outono no dia 20 de março, à 1h30, pelo horário de Brasília.
O outono é uma estação de transição para o inverno. No começo da estação, é comum termos eventos de calor e tempestades, como se fosse o verão. De meados para o fim da estação, os eventos de chuva intensa ficam mais raros no centro-sul do Brasil. Mas o outono ainda é época de muita chuva no norte do Nordeste, na maioria das áreas do Norte e também marca o aumento da chuva na costa leste do Nordeste. No centro-sul, as massas polares vão ficando mais frequentes e fortes, esfriando esta porção do país.
Em 2015, o outono foi marcado muito calor no país, inclusive no Sul, por causa da presença do fenômeno El Niño que estava começando. Este ano, a situação será inversa. O El Niño que ainda influencia o clima global vai perdendo força. A tendência é de que o outono de 2016 termine em condições de neutralidade no oceano Pacífico: nem El Ninõ e nem La Niña. Assim, devemos ter as massas polares começando a se deslocar com mais facilidade pelo Sul, Sudeste e parte do Centro-Oeste e Norte já em maio, com possibilidade de alguns resfriamentos significativos nos estados do Sul, em São Paulo e Mato Grosso do Sul já na segunda quinzena de abril.
Confira a tendência climática para o outono 2016 no Brasil
Brasil instala sua primeira usina solar flutuante (que vai abastecer 9 mil casas do NE)
14 mar 2016
Depois do Japão e da Inglaterra, a hidrelétrica de Balbina, localizada em Presidente Figueiredo (AM), anunciou projeto-piloto da nova tendência: usinas solares flutuantes. Com capacidade instalada de 260 MW, a hidrelétrica entrega atualmente menos da metade desta energia por conta da seca e do baixo nível de seu reservatório. Para abastecer a população local de maneira mais satisfatória, a usina está apostando na energia solar.
Por meio de um projeto-piloto, pioneiro no Brasil, foram instaladas placas fotovoltaicas no lago da usina, que até outubro de 2017 serão responsáveis pela produção de 5 MW numa área equivalente a cinco campos de futebol. A energia será suficiente para abastecer cerca de 9 mil residências.
Os flutuadores da primeira etapa foram produzidos em Camaçari, na Bahia, e os próximos serão fabricados no Amazonas. Um projeto semelhante deve ser anunciado, em breve, na Hidrelétrica de Sobradinho, na Bahia, por meio de uma parceria entre a Eletronorte e a Chesf.
Localizado nas Ilhas Canárias, o Juncal Viaduct logo será instalado por pesquisadores da Universidade de Kingston, de Londres, e começará a produzir energia limpa.
Segundo os pesquisadores responsáveis, a capacidade das duas turbinas eólicas são suficientes para abastecer de 450 a 500 casas locais. No total, aproximadamente 140 toneladas de CO2 deixarão de ser emitidas todos os anos.
O projeto inovador ainda não é financeiramente vantajoso, pois a tecnologia é nova e a demanda por espaço é grande, mas a ideia é promissora, não?
Iniciativas como esta nos ajudam a lembrar que precisamos usar a criatividade para tentar produzir o máximo de energia limpa possível, mesmo nos locais mais inusitados. No The Greenest Post já noticiamos o exemplo do Japão, que utiliza campos de golfe abandonados para produzir energia solar.