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domingo, 12 de outubro de 2025

Economia X Sustentabilidade

 



Sustentabilidade 


Fonte: MAY, Peter; LUSTOSA, Maria Cecília; VINHA, Valéria. Economia do meio ambiente. Elsevier Brasil, 2010.

segunda-feira, 6 de outubro de 2025

BIOINSUMOS



🌱 O que são Bioinsumos

Bioinsumos são produtos biológicos usados na agricultura para melhorar a produtividade e proteger as plantas, reduzindo o uso de produtos químicos. Eles incluem micro-organismos vivos, extratos vegetais ou compostos naturais que atuam no solo, na planta ou nos insetos.


🧬 Principais Tipos

  1. Biofertilizantes: aumentam a fertilidade do solo ou fornecem nutrientes às plantas (ex.: microrganismos fixadores de nitrogênio, como Rhizobium).
  2. Biopesticidas: controlam pragas e doenças de forma natural (ex.: fungos, bactérias, nematoides benéficos, extratos vegetais).
  3. Bioestimulantes: promovem crescimento e resistência das plantas a estresses (ex.: extratos de algas, aminoácidos).

🌟 Benefícios

  • Ambientais: reduzem poluição do solo e água, conservam a biodiversidade.
  • Econômicos: podem reduzir custos com insumos químicos.
  • Agronômicos: melhoram a saúde do solo, aumentam a resistência das plantas e podem aumentar produtividade.

⚠️ Desafios

  • Eficácia pode variar com clima, solo e cultura.
  • Necessidade de armazenamento e aplicação corretos.
  • Maior conhecimento técnico para manejo adequado.

🌍 Panorama no Brasil

O uso de bioinsumos está crescendo, especialmente em sistemas de agricultura sustentável, orgânica e integração lavoura-pecuária-floresta (ILPF). Incentivos governamentais e pesquisas da Embrapa têm impulsionado o setor.


Tabela  sobre bioinsumos:

Tipo de Bioinsumo Exemplos Função / Benefício
Biofertilizantes Rhizobium, Azospirillum, húmus, composto orgânico Fixam nitrogênio, fornecem nutrientes, melhoram a fertilidade do solo
Biopesticidas Bacillus thuringiensis, fungos entomopatogênicos (Beauveria bassiana), nematoides benéficos, extratos de nim Controlam pragas e doenças de forma natural, sem poluir o ambiente
Bioestimulantes Extratos de algas, aminoácidos, bactérias promotoras de crescimento Estimulam crescimento, resistência a estresses (seca, salinidade, calor), aumento da produtividade
Microrganismos benéficos do solo Trichoderma, micorrizas Melhoram a saúde do solo, aumentam absorção de nutrientes e proteção contra patógenos
Compostos naturais Óleos essenciais, extratos vegetais Ação fungicida, inseticida ou repelente de pragas







 

domingo, 5 de outubro de 2025

ILPF-INTEGRAÇÃO-LAVOURA-PECUÁRIA-FLORESTA

 


A Integração Lavoura-Pecuária-Floresta (ILPF) é um sistema de produção sustentável que combina, em uma mesma área, atividades agrícolas, pecuárias e florestais, realizadas de forma integrada, sinérgica e planejada, com o objetivo de aumentar a produtividade e conservar os recursos naturais.


🌱 O que é a ILPF

A ILPF é um modelo que busca diversificar, intensificar e otimizar o uso da terra, alternando ou combinando:

  • Lavouras (soja, milho, sorgo, feijão, etc.);
  • Pecuária (criação de gado de corte ou leiteiro);
  • Floresta (árvores para madeira, sombreamento, recuperação ambiental, etc.).

Esses componentes podem ser explorados em rotação, consórcio ou sucessão.


🔄 Modalidades da ILPF

  1. Integração Lavoura-Pecuária (ILP): alternância ou consórcio entre culturas agrícolas e pastagens.
  2. Integração Lavoura-Floresta (ILF): cultivo de lavouras entre linhas de árvores.
  3. Integração Pecuária-Floresta (IPF): pastagens com árvores que oferecem sombra e madeira.
  4. Integração Lavoura-Pecuária-Floresta (ILPF): combinação dos três sistemas de forma conjunta.

🌾 Principais Benefícios

  • Econômicos: aumento da renda e diversificação da produção; aproveitamento integral da área o ano todo.
  • Ambientais: melhoria da fertilidade do solo, redução da erosão, sequestro de carbono e recuperação de áreas degradadas.
  • Sociais: geração de empregos e fixação do produtor no campo.
  • Zootécnicos: conforto térmico e bem-estar animal, aumento da produtividade da pecuária.

🌍 Exemplo Prático

Um produtor planta milho e braquiária (capim) no verão. Após a colheita do milho, o capim permanece para pastejo do gado. Paralelamente, há linhas de eucalipto que fornecem madeira e sombra. Assim, a área gera:

  • Grãos no verão;
  • Carne/leite no outono/inverno;
  • Madeira a médio e longo prazo.

🧭 Desafios

  • Necessidade de planejamento técnico detalhado;
  • Custo inicial mais alto para implantação;
  • Demanda por conhecimento multidisciplinar (agronomia, zootecnia, silvicultura);
  • Manejo complexo para equilibrar todos os componentes.

🇧🇷 No Brasil

O Brasil é referência mundial em ILPF, com apoio de instituições como a Embrapa, que promove o Programa Nacional de ILPF.
Segundo dados recentes, mais de 20 milhões de hectares já utilizam algum tipo de integração no país.



sábado, 4 de outubro de 2025

Olericultura Agrivoltaica

Olericultura sob painéis solares (agrivoltaica) 


É uma área com muita aplicação prática e pesquisa ativa, especialmente interessante para aumentar a renda por hectare, reduzir estresse hídrico nas plantas e aproveitar o mesmo solo para energia e alimento. Vou resumir o que funciona, riscos e um plano prático (passo-a-passo) para começar um projeto piloto de hortaliças sob painéis. Incluo referências recentes para as partes mais importantes.

O que é e por que fazer

Agrivoltaica = instalação de módulos fotovoltaicos elevados/arranjados de modo a coexistir com cultivos abaixo. Pode melhorar eficiência da água, reduzir temperatura e evaporação e gerar receita de energia/arrendamento enquanto mantém (ou às vezes aumenta) produção agrícola. Estudos e guias técnicos recentes resumem ganhos de produtividade por área útil e benefícios microclimáticos.

Vantagens específicas para olerícolas

  • Menor estresse hídrico / maior eficiência de uso da água (sombra parcial reduz evaporação).
  • Proteção térmica em dias quentes — pode reduzir temperatura do dossel em graus que ajudam qualidade e longevidade das folhas/frutos.
  • Risco de queimadura solar e aceleração de maturação moderados — em alguns casos a qualidade (cor, °Brix, firmeza) muda, podendo ser positiva ou negativa dependendo da cultura e do nível de sombreamento.
  • Renda dupla: venda de hortaliças + geração/arrendamento de energia.

Principais desafios / riscos

  • Sombreamento excessivo reduz rendimento em culturas que exigem alta radiação (ex.: tomate, pimentão) — o nível de sombreamento ideal varia por cultura e estação.
  • Alteração do microclima (umidade mais alta sob painéis) pode favorecer algumas doenças fúngicas; manejo sanitário deve ser reforçado.
  • Custos de instalação / logística (estruturas elevadas, acesso de tratores, poda, instalação elétrica) e possíveis requisitos regulatórios/ambientais locais.

Projetos de design — parâmetros práticos (baseados em literatura e guias)

  • Altura livre do solo: recomenda-se deixar espaço suficiente para operações agrícolas — muitos projetos usam ≥ 2,5–4 m do solo ao vão dos painéis (maior altura facilita mecanização e ventilação). (valor depende da operação).
  • Cobertura/fracção de sombra (shading fraction): evitar sombreamento >50% permanente para cultivos exigentes; níveis moderados (~20–40%) costumam beneficiar folhas verdes que toleram sombra. Fazer simulações de radiação e testar in loco.
  • Orientação e espaçamento dos painéis: otimizar geração elétrica e permitir luz difusa — linhas de painéis espaçadas para corredores de plantio; ângulo e espaçamento devem considerar latitude e estação.
  • Tipo de montagem: estruturas fixas elevadas são comuns; painéis bifaciais ou trackers podem alterar padrão de sombreamento e calor e devem ser avaliados.
  • Irrigação e sensoramento: integrar sensores de solo e PAR (radiação) para ajustar irrigação — agrivoltaica costuma aumentar eficiência hídrica.

Culturas mais indicadas (resumo prático)

  • Boa adequação / já testadas com sucesso: alface, espinafre, rúcula, outras folhosas; algumas ervas (manjericão, coentro) e mudas/estufas de produção.
  • Cuidado / testar: tomate, pimentão, berinjela — podem ficar mais sensíveis à redução de radiação; porém estudos mostram que com sombreamento moderado a qualidade/uso de água pode melhorar (avaliar por local/estação).
  • Raiz/bolbos: cenoura, beterraba — sensibilidade variável; testar em parcelas.

Plano prático (piloto) — executar agora mesmo no seu terreno

  1. Escolha local: mínimo 0,5–1 ha para avaliar múltiplas variantes (pode ser menor, mas varie sombreamento). Inclua áreas de controle (solo aberto).

  2. Configuração experimental (exemplo simples):

    • Parcela A = campo aberto (controle)
    • Parcela B = sob painéis com sombreamento leve (~20%)
    • Parcela C = sob painéis com sombreamento moderado (~40%)
    • Parcela D = corredor entre fileiras (maior insolação parcial)
  3. Medições a coletar (mínimo):

    • Produtividade por parcela (kg/m²) e área colhida;
    • Qualidade (tamanho, cor, °Brix quando aplicável, vida pós-colheita);
    • Microclima: temperatura do ar e do solo, umidade relativa, radiação PAR (fotômetro);
    • Uso de água: volume irrigado e leituras de umidade do solo;
    • Incidência de pragas/doenças e manejo fitossanitário;
    • Receita e custos (energia gerada/arrendada + custo de instalação e manutenção).
      (Instrumentos: sensores de solo, um par de sensores PAR, termômetros/estação meteorológica simples).
  4. Calendário: por cultivo de ciclo curto (folhosas) faça pelo menos 2 safras (estações diferentes) para captar efeitos sazonais; para culturas de ciclo longo recomenda-se monitoramento anual.

  5. Manejo integrado: ajuste densidade de plantio, ventilação entre linhas e calendário de irrigação. Previna doenças pela maior umidade com espaçamentos que permitam ventilação e por práticas sanitárias.

Aspectos econômicos e regulatórios

  • Modelos de negócio: venda da produção + venda/arrendamento da energia (ou cooperativas/contratos PPA). Em áreas brasileiras há estudos e pilotos mostrando viabilidade, mas atenção a normas locais e licenças ambientais.

Recomendações rápidas (checklist resumido)

  • Fazer um piloto controlado (ver plano acima).
  • Medir PAR, temperatura, umidade e rendimento.
  • Começar com folhosas (alface, rúcula, espinafre) para aprender manejo sob sombra.
  • Dimensionar estrutura com altura suficiente (>2,5 m) e corredores de acesso.
  • Integrar irrigação por sensores e registrar custos/receitas.
  • Consultar guias de boas práticas agrisolar e legislação municipal/estadual.


sexta-feira, 3 de outubro de 2025

UFRRJ na RIO+AGRO

 


Na Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro, Seropédica, RJ, Brasil - foi desenvolvido um sistema inovador de sensores para medição de umidade do solo, pressão,  CO2, temperatura e ph do solo. 



Para utilização desses dados foi desenvolvido um outro sistema que capta a energia solar e  os armazena na nuvem (Power Bank) onde ficarão disponibilizados através de um programa direcionado para consulta no celular.



GUARATIBA

 


Guaratiba, RIo de Janeiro, Brasil, se fez representar na RIO+AGRO (Fórum Internacional Agro Ambiental). Podemos dizer que é um pedacinho do céu na terra.  É um lugar onde se encontra diversos biomas, que vão desde a magnífica restinga perpassando por florestas e mangues, entre outros. Não foi à toa que o eminente paisagista Roberto Burle Marx por lá resolveu se instalar.

O nome Guaratiba tem origem tupi.

  • Guará” = pode se referir ao guará, ave de plumagem vermelha (Eudocimus ruber), bastante encontrada em áreas de manguezal.
  • Tyba / Tiba” = em tupi significa ajuntamento, reunião, abundância.

👉 Portanto, Guaratiba significa algo como “ajuntamento de guarás” ou “lugar onde há muitos guarás”.

Essas aves eram comuns nas áreas de manguezais da região no período pré-colonial, o que explica a escolha do nome pelos povos indígenas que habitavam a região.







Aqui vão informações sobre os tipos de biomassa, vegetação e ecossistemas em Guaratiba (Zona Oeste do Rio de Janeiro), bem como sua importância ambiental. 



O que há em Guaratiba: vegetação & biomassa

  1. Reserva Biológica Estadual de Guaratiba (RBG)

    • A RBG tem ~3.360 hectares, protegendo remanescentes de manguezal, planícies hipersalinas/apicuns, áreas úmidas e áreas em regeneração.
    • Espécies vegetais típicas do mangue presentes: Rhizophora mangle, Avicennia schaueriana, Laguncularia racemosa.
    • O manguezal é ecossistema de grande valor para biomassa: tanto aérea (troncos, folhas, galhos) quanto subterrânea (raízes e sedimentos) armazenam carbono.
  2. Horto Florestal de Guaratiba (HFGUA)

    • Esta é uma unidade de 8 hectares na Ilha de Guaratiba. Um dos seus objetivos é produzir mudas de espécies da restinga e do mangue.
    • Produz mudas nativas, frutíferas, exóticas para reflorestamento e compensações ambientais.
  3. Vegetação costeira, restinga, mangue, áreas alagadas

    • Além do mangue denso, há presença de restinga e vegetações costeiras típicas. A interface terra‐água, sedimentos, matéria orgânica proveniente do mangue (folhas, raízes) configuram importantes frações da biomassa.
    • As áreas de apicum / planícies hipersalinas também têm vegetação bastante especializada.
  4. Fator sequestro de carbono 

    • O manguezal da RBG é apontado como um dos mais bem preservados do município. Ele retém anualmente uma quantidade significativa de dióxido de carbono (CO₂).
    • A biomassa de raízes em manguezais é especialmente relevante para o estoque de carbono, nos sedimentos. Pesquisas em Guaratiba investigam esse aspecto.

Desafios e ameaças

  • Degradação ambiental por extração de barro, corte de árvores, ocupações irregulares.
  • Incêndios em vegetação, como ocorreu na Fazenda Modelo. Vegetação rasteira, áreas degradadas, ampliação urbana sem controle podem aumentar risco.
  • Pressão urbana e expansão: Guaratiba está em uma zona de transição entre áreas ainda relativamente mais naturais e expansão urbana. Isso coloca pressão sobre as áreas de vegetação natural.

Importância da biomassa em Guaratiba

  • Serviços ecossistêmicos: a biomassa vegetal (árvores, mangues, raízes) auxilia no sequestro de carbono, regulação do clima local, mitigação de ilhas de calor.
  • Produtor de matéria orgânica para ecossistemas aquáticos: o mangue libera matéria orgânica que sustenta fauna marinha e estuarina.
  • Proteção costeira e controle de erosão: raízes do mangue ajudam a estabilizar sedimentos, proteger contra ressacas, variação de marés.
  • Biodiversidade: vegetações diversas suportam espécies de flora e fauna especializadas.


quarta-feira, 1 de outubro de 2025

Fórum Internacional RIO+AGRO






Começou hoje no Rio de Janeiro (Brasil) o Fórum Internacinal RIO+AGRO na sua segunda  edição, desta vez no RIOCENTRO. Serão três dias de palestras e mesas redondas sobre o tema chave.

A proposta principal é aliar a agricultura à sustentabilidade.  Nesse ínterim,  destaca- se a segurança alimentar e hídrica e a diplomacia ambiental,  como também aspectos econômicos e desenvolvimento sustentável, com o foco voltado para as emergências climáticas,  energéticas, alimentar e social. O evento ainda conta com expositores de pequenos e grandes empreendimentos agrícolas. E, evidentemente, nós fomos conferir!