Redução de carbono negro pode ajudar no combate às mudanças do clima
Washington, EUA, 19 de outubro de 2015 – O carbono negro causa milhões de mortes todos os anos e contribui para o aquecimento do planeta. Na atmosfera, ele aparece como poluição do ar, com emissões vindo principalmente da combustão de diesel e biocombustíveis, usinas de carvão, fornos de biomassa, fornos de tijolos e queimadas de vegetação.
A importância da redução de emissões de carbono negro e de outros poluentes do clima enquanto simultaneamente continuam os esforços para a mitigação das emissões de dióxido de carbono é o assunto de um novo documento entitulado “A mitigação de carbono negro e o papel do Fundo Global para o Meio Ambiente”, produzido pelo Painel Consultivo Técnico e Científico (STAP, em inglês) do Fundo Global para o Meio Ambiente (GEF, em inglês).
Na publicação, o STAP recomenda investimentos significativos na aceleração da redução do carbono negro para diretamente apoiar a implementação dos recentemente anunciados Objetivos Globais nas áreas de melhoria da qualidade do ar, mitigação de mudança do clima, redução da vulnerabilidade do clima, e transferência de tecnologias de baixo carbono.
“O GEF já está abordando o carbono negro como parte do seu programa de mitigação do clima. O que estamos propondo é uma expansão desses esforços crescentes para outras áreas do programa do GEF, e significativamente expandir a mitigação, o ecossistema, e os benefícios à saúde humana que resultam dessas atividades”, disse Rosina Bierbaum, Presidente do STAP.
O carbono negro absorve energia solar a taxas mais de um milhão de vezes maiores que o dióxido de carbono. Apesar de permanecer na atmosfera por poucos dias, ele contribui para o processo geral de aquecimento global. Ele tem estado ligado a uma série de impactos ambientais e à aceleração do degelo em regiões sensíveis como o Ártico e o Himalaia, que são particularmente vulneráveis a esses efeitos.
As emissões de carbono negro também causam impactos adversos na saúde humana e nos ecossistemas. De acordo com a Organização Mundial da Saúde, a fumaça proveniente da queima de carvão ou madeira está dentro dos dez maiores fatores de risco de saúde no mundo, contribuindo para mais de 4 milhões de mortes prematuras todos os anos por doenças relacionadas à poluição do ar. Mulheres e crianças são as que mais sofrem com esses impactos.
Entre as recomendações do relatório do GEF, estão: tornar popularmente conhecidas as medidas de mitigação de carbono negro dentro do seu portfólio de projetos; apoiar programar e projetos que focam na redução das emissões de carbono negro; medir e reportar a quantidade de emissões evitadas ou reduzidas como resultados dos projetos do GEF; e aumentar a conscientização e o engajamento de todos os pontos de contato envolvidos nos esforços regionais e internacionais sobre o tema.
O relatório será apresentado no 49º Encontro Anual do GEF, que acontecerá em Washington, EUA, de 20 a 22 de outubro de 2015.
Sobre o Painel Consultivo Técnico e Científico
O Painel Consultivo Técnico e Científico (STAP) é um grupo independente de cientistas apoiados pelo PNUMA e responsáveis por conectarem o GEF aos mais renomados e atualizados cientistas.
Sobre o Fundo Global para o Meio Ambiente
O Fundo Global para o Meio Ambiente (GEF, em inglês) é uma parceria global composta por 183 países, 18 organizações civis e multilaterais e o setor privado para enfrentar um grande espectro de desafios ambientais – incluindo energia limpa, proteção de ecossistemas terrestres e marinhos, mitigação do clima e adaptação, e problemas transversais como o desenvolvimento urbano sustentável.
http://web.unep.org/redu%C3%A7%C3%A3o-de-carbono-negro-pode-ajudar-no-combate-%C3%A0s-mudan%C3%A7as-do-clima